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Hernâni Caniço

Médico, Doutorado pela Universidade de Coimbra, Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos, Competência em Gestão de Serviços de Saúde, Vereador na Câmara Municipal de Coimbra, Membro da Comissão Política Concelhia e da Comissão Política da Federação Distrital de Coimbra do Partido Socialista.

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Tema: LivreData de Publicação: 06/07/2024, 16h18
Maria de Lourdes Pintasilgo
Foto Guilherme Silva
Foto Guilherme Silva

Tendo-me iniciado na política aos 15 anos, em 1969, com o combate ao regime da ditadura, mais tarde aprendi com Maria de Lourdes Pintasilgo que a política é um acto de cultura. Ou pode ser, se for entendida como ela dizia: “O que tento fazer realçar é, por um lado, a exigência de deixar que a política, na sua teoria e na sua prática, possa cruzar-se com a evolução do saber ou, dito de outro modo, com as outras ciências na sua forma atual.”

Maria de Lourdes Pintasilgo foi a primeira mulher primeiro(a) ministro (a) em Portugal, em 1979, e única à data presente.

Na sua candidatura a Presidente da República em 1986, fui seu Mandatário Concelhio de Montemor-o-Velho e membro da Comissão Distrital de Coimbra, sendo depois um dos fundadores e dirigente da Associação de Reflexão e Intervenção Política (ARIP), que prosseguia o seu ideário político, e que se extinguiu após Maria de Lourdes Pintasilgo, que apoiei, ter sido cabeça de lista e eleita do Partido Socialista às eleições para o Parlamento Europeu.

Marcelo Rebelo de Sousa, em prefácio ao livro “Para um novo paradigma: um mundo assente no cuidado”, uma antologia de textos de Maria de Lourdes Pintasilgo, escreve: “ela é o triunfo da palavra feita arma da sua missão, do seu combate, das suas cruzadas. A palavra escruta – cheia de citações, imagens, metáforas, sugestões mobilizadoras – e, em especial, a palavra dita. A força colocada na dicção, convicção total presente na torrente de reflexões sempre viradas para o apelo, para a intervenção.

Humildemente, com as minhas insuficiências e carências, serei seu mero seguidor, e tentarei abordar neste fórum assuntos políticos, em que a cortesia e a cultura se sobreponham ao insulto, à perversão, à maledicência, ao desrespeito, frequentes no meio político.

Maria de Lourdes Pintasilgo, entusiasta do 25 de Abril, decerto não apreciaria hoje, decorridos 50 anos da Revolução, mais do que uma efeméride, que os saudosistas do regime da ditadura tivessem o protagonismo que lhes foi atribuído, em prejuízo da liberdade, da democracia e do Desenvolvimento.

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