Crescer mudando mentalidades: haverá necessidade?
Juntos na diferença crescemos unidos?
A sociedade em que nos integramos é, cada vez mais, pautada por comportamentos de intolerância, de insensibilidade, de injustiça, promotores de desigualdades sociais que induzem ao preconceito e à exclusão. Num mundo onde impera assim a injustiça social, as desigualdades, a violência e o preconceito, importa fomentar novas atitudes que promovam maior solidariedade, cooperação e empatia.
Sob o mote, Juntos na Diferença, Crescemos Unidos, a literatura infantojuvenil permite assim sensibilizar para alterações comportamentais, cimentando o conceito de que aceitar a diferença é uma forma de ser maior.
Seria assim possível indicar um conjunto de ferramentas educacionais e sociais que ajudariam a empreender novos valores, essencialmente junto dos mais novos, futuros construtores de uma nova sociedade. A título exemplificativo, focarei a minha opinião num delas: a literatura infantojuvenil. Entendo que esta emerge, de entre uma diversidade de outras opções de atuação, como uma poderosa ferramenta de transformação. Aqui, histórias fictícias com personagens bem reais, desempenham um papel crucial na formação de valores nobres, na construção de identidades e na promoção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Aposta na formação inclusiva dos mais novos através da leitura: Como empreender este caminho?
Muitas razões poderiam ser apontadas para justificar a importância da literatura infantojuvenil com foco na inclusão, contudo a prioritária será a conquista de uma efetiva oportunidade de empatia e de despertar para novas consciências. Livros que abordam temáticas como a amizade, a solidariedade, a empatia, a justiça, a unicidade, a aceitação da diferença, são ferramentas fundamentais à formação de crianças e adolescentes. Estes comportamentos inclusivos fazem com que os mesmos desenvolvam a capacidade de se colocar no lugar do outro. A empatia averigua-se assim como fundamental na formação de cidadãos mais conscientes e sensíveis às questões sociais, contribuindo para a construção de relações mais harmoniosas e tolerantes. Sob o mote, juntos na diferença, crescemos unidos, livros com foco na inclusão são ótimos recursos para trabalhar a inclusão, quer no contexto escolar, quer no seio da própria família.
Enquanto autora de a literatura infantojuvenil, acredito que a mesma adquire, também, um importante estatuto na promoção do diálogo. Ao lerem sobre temáticas com foco na aceitação da diferença, as crianças e jovens são incentivadas a refletir sobre a realidade ao seu redor, permitindo, em contextos diversos, a promoção de fóruns de debate e troca de ideias, essenciais ao crescimento com valores que importa fomentar. Essa reflexão pode, não apenas modificar a visão empreendida até então, como permitir a capacitação para novas lutas, fundamentais a um espírito solidário e inclusivo.
Outro aspeto que importa reforçar, reside no facto da literatura com foco na inclusão contribuir para a formação de uma identidade positiva. Livros que apresentam personagens que derrubam estereótipos e que representam a diversidade, são essenciais para formar crianças e jovens. A identificação com personagens que enfrentam adversidades e superam desafios, pode incutir alento e esperança junto dos mais novos, iniciando uma nova forma de ser e estar, acreditando mais nas suas potencialidade e lutando por um mundo onde impere a igualdade.
Qual a missão prioritária da literatura infantojuvenil com foco na Inclusão?
Por fim, acredito que a promoção da literatura infantojuvenil e da mensagem que encerra, constitui uma responsabilidade coletiva. Educadores, pais, sociedade civil devem encetar esforços pelo acesso a uma literatura diversificada e de qualidade. Projetos que incentivem a leitura nas escolas e que promovam alterações comportamentais, são essenciais para a prática de uma atividade que, embora fomentadora de uma importante capacidade crítica, é indiscutivelmente promotora de uma sociedade em crescente ascensão, nomeadamente no referente ao trilho da inclusão. Investir na literatura para os mais novos não é unicamente um tipo de investimento cultural.
Acredito que Juntos na diferença crescemos unidos e que aceitar a diferença é uma forma de ser maior.
Mensagem Final
Uma mensagem final para todos os educadores e pais: Investir em literatura infantojuvenil não é unicamente um investimento cultural. É acima de tudo um investimento num futuro mais humano e igualitário. É uma aposta crucial para fortalecer uma cidadania onde a empatia, tolerância e respeito ganhem lugar, onde todos juntos seremos maiores no combate à exclusão.
Termino com uma das frases patentes na minha quarta obra “Olhos que viam diferente”:
Olhos que veem diferente, são janelas da alma com coração, que veem e iluminam com emoção, tornando o mundo numa verdadeira união.