Este tipo de terapia é directamente direccionada a observação e identificação de comportamentos disfuncionais que levam a emoções e pensamentos negativos e, por vezes destrutivos.
Ao identificarmos estes padrões emocionais e comportamentais, criamos estratégias para os alterar, mudar e criar ferramentas e estratégias para lidar com estas mesmas emoções, pensamentos e comportamentos.
O nosso cérebro tende a funcionar da seguinte forma:
1) Surge o PENSAMENTO;
2) É gerada uma EMOÇÃO;
3) Comportamo-nos em conformidade com o que pensamos e sentimos.
A Terapia Cognitivo Comportamental, trabalha estes três pilares, criando mudanças na forma de pensar, de sentir e consequentemente de agir, transformando comportamentos disfuncionais em comportamentos funcionais.
FRUSTRAÇÃO
Neste artigo, vamos falar sobre a FRUSTRAÇÃO, do que se trata, e como podemos desencadear mecanismos para lidar com ela.
Começo por dar uma definição do que é a frustração, para que a possam entender um pouco melhor.
O QUE É A FRUSTRAÇÃO?
À luz da Psicologia, a frustração frequente é entendida como uma síndrome que apresenta diversos sintomas, tais como, desilusão, tristeza, desânimo e muitas vezes leva-nos a desistir de certas pessoas e situações.
A Frustração é um sentimento de impotência quando algo que era expectável que acontecesse, não acontece.
Sentir frustração constante, relativa às expectativas que criamos nas nossas esferas pessoais, profissionais e de relações de amizade ou de amor, leva-nos a um estado de desânimo, que acaba por se tornar um obstáculo para realizarmos aquilo que pretendíamos.
Este sentimento de deceção e desilusão que uma situação ou pessoa nos causam, levam a uma desestruturação emocional em vários níveis, contudo este sentimento na medida certa, também pode ter um efeito positivo, levando-nos a querer aprender mais, a crescer e a criar novas oportunidades, criando novas formas mais funcionais de lidar com o mundo que nos rodeia.
Na infância, importa reforçar e relembrar, de que é importante, ensinarmos os nosso filhos a lidar com este sentimento, é necessário “frustrar” os nossos filhos, não lhes dando tudo o que pretendem e mostrando-lhes, que para obterem algo, têm de dar algo em troca e têm de
aprender a conquistar aquilo que pretendem e que muitas vezes,não é possível, por variadíssimas razões ,mas, importa reforçar que…está tudo bem! E que devemos aprender a aceitar sem nos frustramos.
Quando cometemos o erro crasso de satisfazer todas as vontade e caprichos dos nosso filhos, e protegê-los em demasia, o que estamos efectivamente a fazer é a ensiná-los a serem frustrados no futuro, a não saberem lidar com um “não” e com as contrariedades da vida.
Portanto, este trabalho feito precocemente, leva a efeitos positivos no futuro.
O sentimento de frustração constante, que a sociedade atual nos impõe, começa a determinada altura a prejudicar o nosso dia-a-dia, exigindo de nós determinados padrões que nem todos conseguimos atingir.
É quase que exigido nos tempos que correm, que sejamos todos ricos, existindo desde tenra idade a “discriminação do pobre”, o gozo pela forma como se vestem e/ou calçam, o carro em que se deslocam, ou mesmo a família a que pertencem.
O prazer e a satisfação imediatos, são cada vez mais alimentados como as únicas formas de se viver bem e de nos sentirmos felizes e realizados. Contudo, prazeres imediatos, são isso mesmo “imediatos” e não se perpetuam ao longo do tempo, então temos de criar constantemente condições para os atingir de forma imediata e quando não o conseguimos frustramos, desabamos e fazemos tudo o que é errado para atingir esse(s) mesmos propósito(s).
Sentimo-nos impotentes, fracassados, com baixa auto-estima e sem motivação, acabando por levar a sentimento de MEDO de tentar novamente, de arriscar tentar novamente.
Não aprender a lidar com frustrações frequentes e de desenvolver a capacidade de sermos resilientes, inunda-nos de falsas realizações, levando-nos a apegarmo-nos ao que é fácil, não desenvolvendo em nós a capacidade de criar estratégias de lidar com o que é difícil.
Grande parte das pessoas, ao se sentirem frustradas, tendem a ir por um destes caminhos:
- Desistir do que queriam;
-Fugir da situação e/ou pessoa;
- Evitar situações parecidas no futuro, sempre com o sentimento de “medo” de se frustrarem novamente;
-Auto-compensação com comportamentos, muitas vezes prejudicais e que causam danos para mente e corpo;
Todas estas tentativas de eliminar a frustração são falhas, gerando consequências negativas para o futuro e podendo levar a doenças mentais e físicas graves.
Contudo, quando aprendemos a lidar e a aceitar a realidade dos fatos , reforçamos a nossa capacidade de realização e agimos em conformidades, substituindo a Frustração pela Aceitação e Resiliência.
Fazer uma análise às causas das nossas frustrações, e atribuindo-nos ou não essa responsabilidade, praticando a auto-responsabilização, é um dos passos importante para deixar de lidar constantemente com este sentimento.
Para questões mais profundas de nossa consciência, é preciso analisar cada sentimento frustrado do nosso dia-a-dia, tentar buscar e compreender a(s) sua(s) origem(s), preferencialmente com o acompanhamento de um psicólogo ou de um Mental Coach.
A capacidade de entender cada evento das nossas vidas, como uma oportunidade de mudança é uma oportunidade valiosíssima para fazer diferente, criando pequenas e curtas metas para alcançar os objetivos.
Primeiro compreendendo as acções, depois criar estratégias de pensamento e comportamento, para modificar essas respostas de modo positivo e benéfico, substituindo a frustração pela motivação.
Para isso, e com ajuda de um profissional, encontrarás respostas para as situações que te geram frustração e como deves lidar com ela, essencialmente, fazendo um auto-questinário, com as seguintes perguntas:
- Esta situação depende inteiramente de mim?;
- Existe uma outra forma de lidar com esta situação?;
- O que posso fazer para me sentir mais realizado em relação isto?;
- Como posso deixar de considerar isto como um “problema”?
Estas e outras perguntas, com as respectivas estratégias comportamentais, são trabalhadas entre profissional e paciente.
Porém, deixo algumas dicas para que melhor entendas e compreendas, como deves pensar e consequentemente agir quando te sentes frustrado:
- Todos os erros cometidos, são uma valiosa oportunidade de fazer diferente e/ou melhor, uma importantíssima oportunidade de Mudança;
- Nem tudo na vida depende directamente de ti;
- O mundo e as pessoas, não giram à tua volta, nem ao redor dos teus desejos e caprichos;
- Estabelece objectivos curtos e realistas;
-Deixa de pensar sempre que tudo vai dar errado;
-Aprende a transformar a frustração em acções positivas;
E por último e também importante:
- Procura ajuda! Procurar ajuda para trabalhar as nossas emoções, sentimentos e comportamentos é um sinal de grande CORAGEM e de AMOR-PRÓRIO!!
Para o próximo artigo, o que gostarias de ler?
Qual o tema que gostarias que fosse abordado?
Deixa nos comentários a tua sugestão!