Escolhi esta foto, porque representa muito para mim. Muitas horas passadas neste leito, onde amigos fiz, experiências vivi e que me permitiram trilhar a oportunidade de saber ouvir, saber partilhar, saber viver em equipa. A ponte que é uma passagem para outra margem e que nos permite ver o que do outro lado está. Cria a tua ponte, mantém a ligação e compreende que a vida é como um rio, que flui e nunca é o mesmo.
Sozinhos vamos rápido, mas juntos vamos mais longe.
E nunca te julgues o(a) mais esperto, porque vais sempre encontrar alguém que o será mais que tu.
Ser inteligente é perceber que vivemos numa era em que a informação nunca foi tão acessível, mas paradoxalmente, nunca estivemos tão vulneráveis à desinformação. As redes sociais tornaram-se a principal fonte de notícias para muitos, mas será que estamos realmente a ser informados ou apenas alimentados com o que queremos ouvir?
A proliferação de fake news, a polarização de opiniões e a incapacidade de ouvir e compreender o outro são sintomas preocupantes de um mundo digital onde a verdade muitas vezes perde para a conveniência. Muitos utilizadores partilham artigos sem verificar fontes, comentam sem conhecimento de causa e reforçam narrativas extremistas sem se questionarem. Tal como na teoria do efeito borboleta, pequenos atos de desinformação podem desencadear consequências significativas na sociedade.
A democracia exige debate e respeito pelas diferenças. As assembleias existem para discutir ideias e construir consensos, mas a verdade é que nem sempre a maioria detém a razão. Karl Marx já alertava para a luta de classes, e hoje essa luta manifesta-se na forma como consumimos informação: quem detém o conhecimento e quem simplesmente segue a corrente? A teoria de Dunning-Kruger também se aplica aqui, pois aqueles que menos sabem são frequentemente os que mais opinam com convicção, sem a humildade de reconhecer as suas limitações.
Os meios de comunicação social são muitas vezes atacados por quem os compara a uma comida que nunca provou. Preferem consumir conteúdos que confirmam as suas crenças prévias, ignorando a importância de uma informação isenta e verificável. O mesmo acontece no mundo empresarial, onde muitos negócios apostam exclusivamente nas redes sociais para crescerem, sem perceberem que a economia local e a colaboração são fundamentais para um desenvolvimento sustentável. Ao invés de apoiarem a comunidade, isolam-se numa bolha digital, muitas vezes sem retorno real.
O mercado digital também está infestado de pseudo-especialistas que prometem receitas milagrosas para o sucesso. Se os cursos online de 50 euros realmente ensinassem a ganhar milhões, não estariam os seus criadores a usufruir dessas fortunas em vez de venderem mais cursos? A ilusão da riqueza fácil alimenta-se do desespero de quem procura soluções rápidas, mas o verdadeiro crescimento requer conhecimento, trabalho e estratégia.
A repetição constante de uma ideia pode levá-la a ser aceite como verdade, mesmo sem fundamento. Quem controla a narrativa tem poder, e a passividade perante a informação transforma cidadãos em meras marionetas. O pensamento crítico exige que saibamos observar, questionar e refletir antes de aceitar qualquer discurso.
Não é por alguém não gostar de morangos que os morangos não prestam. Nem tudo o que se diz sobre os outros é verdade. É preciso escutar, analisar e compreender.
É fundamental investir, nem que seja uma pequena parte do nosso dia, para ver ou fazer algo diferente. Pensar fora da caixa permite-nos expandir horizontes e desenvolver um pensamento mais crítico e independente. Quando clicamos em algo, devemos questionar onde estamos a clicar, compreender o contexto da plataforma onde lemos, o seu estilo editorial, a sua credibilidade e a sua isenção. Devemos perguntar-nos se estamos a consumir conteúdo de um órgão de comunicação social legítimo ou de alguém que, não conseguindo ser ou aceder a essa possibilidade, usa todos os recursos ao seu alcance para ganhar algum palco.
Então, queres ser uma ovelha que segue cegamente ou alguém que decide com base em factos? Acorda. Lê. Entende. Relaciona. Sê social sem seres radical. Não deixes que pensem por ti.