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Carla Henriques

Mãe | Encaro cada desafio com a convicção de que há sempre um bem maior pelo qual vale a pena lutar e permanecer | Licenciada em Direito | Diretora de Compliance | Acredito na formação e com ela aposto na justiça e crescimento pessoal, mas acima de tudo, na procura da felicidade | Vivo na serenidade da Figueira da Foz, onde o mar é o meu eterno refúgio e conselheiro.

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Tema: AmarData de Publicação: 10/02/2025, 22h47
Será que escolhemos quem amamos?
Amai-vos uns aos outros ©DR
Amai-vos uns aos outros ©DR

Será que podemos realmente escolher quem amamos? Ou será o amor um daqueles mistérios da vida que nos escapa das mãos sempre que tentamos controlá-lo?

Há vários dias que esta pergunta ecoa incessantemente na minha cabeça. Paro e reflito: será que escolhemos quem amamos? Assim como quem entra numa loja e escolhe um vestido? Como quem decide entre um gelado de morango ou de chocolate? Olhamos, avaliamos, experimentamos, pesamos prós e contras e, num estalar de dedos, decidimos: "É este! Escolho-o. Amo-o!"

Parece uma ideia simples, quase confortável, mas enganem-se! O amor, esse sentimento teimoso e indomável, jamais se deixa domesticar. Ele não se encaixa em lógicas previsíveis, nem se deixa aprisionar por critérios previamente estabelecidos. Não existe um manual de instruções, nem uma checklist que nos garanta que aquele é o "alguém certo para nós".

O amor não é algo que possamos organizar numa prateleira, dividido por cores e tamanhos, à espera que façamos uma escolha racional. Não traz etiquetas, não vem com garantias de devolução, nem com prazos de validade. Pelo contrário, nasce quando e onde menos esperamos, quase como um acidente — um olhar que demora um segundo a mais, uma conversa que nos toca num lugar onde as palavras raramente chegam, um abraço que estremece o corpo, um instante em que percebemos que alguém já não é apenas "alguém". É mais que isso.

Esqueçam, não há regra, não há explicação. A maioria das vezes, o amor não nasce de um momento explosivo, mas sim da amizade, da convivência tranquila, do tempo partilhado sem pressa. Sem darmos conta, instala-se dentro de nós, tornando-se tão natural e essencial como a nossa própria respiração. Não escolhemos. Sentimos.

E é exatamente isso que o torna tão bonito e, ao mesmo tempo, tão assustador. O amor verdadeiro não segue critérios, não se baseia em perfeições. Pelo contrário, nasce das pequenas imperfeições que aprendemos a amar, das conexões que nos desafiam, dos momentos em que nos sentimos mais vulneráveis. Ele rompe com os planos, ri-se das nossas tentativas de controle e mostra-nos, vezes sem conta, que não mandamos nada no coração. Não temos qualquer poder.

O amor é desobediente.

E o mais curioso? Muitas vezes, apaixonamo-nos por quem nunca imaginámos. A pessoa que nunca fez parte dos nossos planos. Aquele que é diferente do que sempre procurámos. Aquele de quem tentámos fugir por este ou aquele motivo. Porque o amor não precisa de lógica para existir. Ele acontece, mesmo quando resistimos, quando negamos, quando dizemos a nós mesmos que não faz sentido. Que não queremos. Que não pode ser! E talvez seja por isso que seja tão arrebatador — porque desafia as nossas certezas e mostra-nos quem realmente somos, para além do que julgamos querer.

Então, será que podemos escolher quem amamos? Teremos esse poder?

Talvez tentemos. Talvez queiramos, em certas alturas, não amar. Por medo de sofrer. Por medo de nos magoarmos. Por medo de não sermos correspondidos. Mas o coração, esse rebelde incorrigível, não segue regras, nem rótulos. O amor prefere o inesperado, a cumplicidade e intimidade natural, o arrebatamento imediato. Prefere a verdade que não conseguimos esconder.

E talvez seja exatamente isso que faz dele a maior aventura da vida — uma viagem sem mapas, sem garantias, mas com a promessa de nos transformar para sempre.

Não acham?

E vocês, acham que podemos escolher quem amamos? Teremos esse poder?

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