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Carla Henriques

Mãe | Encaro cada desafio com a convicção de que há sempre um bem maior pelo qual vale a pena lutar e permanecer | Licenciada em Direito | Diretora de Compliance | Acredito na formação e com ela aposto na justiça e crescimento pessoal, mas acima de tudo, na procura da felicidade | Vivo na serenidade da Figueira da Foz, onde o mar é o meu eterno refúgio e conselheiro.

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Tema: LivreData de Publicação: 05/03/2025, 09h58
A Dor e os Seus Limites
A luz da Mulher ©pikisuperstar on Freepik.com
A luz da Mulher ©pikisuperstar on Freepik.com

Há dores que chegam sem aviso, que se instalam de forma silenciosa e nos envolvem como um nevoeiro espesso, daqueles que ocultam o caminho e nos fazem duvidar se ainda há, de facto, uma saída. Há dores, que no início, parecem passageiras, um desconforto momentâneo. Mas, sem que se perceba, tornam-se presença constante, um peso invisível que se entranha no corpo e na alma. Há quem aprenda a caminhar com ela, quem a esconda sob um sorriso ensaiado, gestos tímidos, mas cínicos, quem tente ignorá-la na esperança de que um dia desapareça. Depois, há também quem se perca nela, quem não veja alternativa senão ceder à sua imensidão e por lá fique, dias, semanas, anos, como se não houvesse qualquer saída.

No meio disto surge a pergunta: haverá um limite para o sofrimento humano? Será que a dor pode ser medida? Haverá um ponto exato em que se torna insuportável? Ou será que a alma é elástica, capaz de se estender infinitamente sob o peso das mágoas, sem nunca se quebrar por completo?

Ouvimos tanta vez que podemos morrer de amor. De tristeza. De dor. Mas será mesmo verdade que podemos morrer de tristeza? De dor? De Tristeza? Não creio que haja uma resposta certa para esta questão. Mas é certo que o corpo sente o que a mente não consegue expressar. O coração adoece quando se enche de desilusões, de dor, e a alma, quando ferida repetidamente, pode esquecer-se de como se reerguer e adoecer por um tempo. Mas também é verdade que, por mais devastadora que seja a dor, ela não é eterna. Mesmo quando parece que veio para ficar, a vida tem formas misteriosas de resgatar aqueles que se julgam perdidos. Quando menos esperam. Às vezes, basta um pequeno vislumbre de luz, um instante de alívio, uma palavra amiga, um gesto, para recordar que existe algo para além do sofrimento.

E, no entanto, há dias em que essa luz parece inalcançável. Há momentos em que se finge um sorriso porque é mais fácil do que explicar a tempestade que se agita por dentro. Em que se esconde uma lágrima. Outros em que nem fingir é possível. Há noites em que o silêncio pesa como um grito e as manhãs chegam sem trazer promessa de alívio. Parece não haver saída. Há quem passe anos a carregar uma tristeza funda e profunda, sem compreender de onde vem nem como sair dela. E o mais cruel é a pergunta inevitável que ecoa no fundo da mente: porquê? Porque tem um ser humano de suportar tanta dor? Tanta tristeza? Será justo?

Não há respostas fáceis. A dor é solitária, mas é também universal. Cada um sente de forma diferente, cada um enfrenta como pode. Cada um tenta encontrar formas para ir sobrevivendo. Mas, por mais que pareça impossível, uma coisa é certa: nenhuma dor dura para sempre. Estejam certos!

Se um dia o fardo se tornar demasiado pesado, talvez seja hora de pedir ajuda. Não porque seja fraqueza, mas porque ninguém deve caminhar sozinho na escuridão. E, quem sabe, o primeiro passo para vencer a tristeza seja simplesmente aceitar que ela existe, mas que não define ninguém.

Talvez a pergunta não deva ser “quanta dor podemos suportar?”, “quanta tristeza aguentamos?”, mas sim “quanta vida ainda podemos recuperar depois dessa dor?”, “quantos momentos felizes teremos depois dessa tristeza?”, “quantos sorrisos ainda iremos demonstrar?”. E por mais difícil que seja acreditar, porque há momentos que é, a resposta será sempre, apenas uma: “mais do que imaginamos!!”.

Mesmo nos dias em que tudo parece perdido. Basta acreditarmos!

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