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Regina Dias Bento

Licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra, Especialização em Administração Hospitalar pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa. Administradora Hospitalar na ULS de Coimbra, Pólo de Cantanhede. Vereadora da Câmara Municipal de Coimbra, em regime de não permanência.

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Tema: Dia Internacional da MulherData de Publicação: 08/03/2025, 12h20
Faz sentido continuar a assinalar o Dia Internacional da Mulher?

Eu diria que faz todo o sentido, mais do que nunca, pois nada está garantido!
O Dia Internacional da Mulher não é apenas uma celebração, mas um mote para refletir e lutar por um mundo mais justo e igualitário.

O Dia Internacional da Mulher tem a sua origem ligada às lutas feministas do final do século XIX e início do século XX, especialmente no contexto das reivindicações por melhores condições de trabalho, direitos políticos e igualdade de género. Ficaram para a história o movimento das trabalhadoras têxteis (1908-1909), em Nova York, em que milhares de operárias protestaram contra jornadas de trabalho excessivas, baixos salários e más condições de trabalho, a tragédia da fábrica Triangle Shirtwaist (1911), em que um incêndio em Nova York matou mais de 140 trabalhadoras, evidenciando a precariedade das condições laborais e impulsionando a luta feminista, bem como as greves das operárias russas, no dia 8 de março de 1917.

O reconhecimento pela ONU só chegou em 1975, tendo sido oficializado o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, incentivando debates sobre os direitos femininos no mundo inteiro.

Na atualidade, o Dia Internacional da Mulher continua a ser assinalado porque a desigualdade de género perdura em diversas áreas da sociedade. Embora tenham sido conquistados muitos direitos, persistem desafios muito significativos, como a baixa representatividade em cargos de liderança de topo, as desigualdades salariais, a dupla jornada de trabalho, a falta de direitos reprodutivos e a violência de género, com números de violência doméstica alarmantes.

Lamentavelmente, nos últimos anos, temos assistido a retrocessos nos direitos das mulheres em diversas partes do mundo. Apesar de décadas de luta por igualdade, algumas conquistas estão a ser ameaçadas.

Veja-se o que aconteceu em 2022 nos EUA, onde deixou de estar garantido o direito ao aborto ao nível federal. Desde então, vários estados proibiram ou restringiram esse direito. Também na Polónia, em 2020, foi implementada uma das leis mais rígidas da Europa, proibindo o aborto mesmo em casos de má-formação fetal. Também por cá, em Portugal, já surgiram umas vozes a querer colocar em causa o que foi conquistado nesta matéria.

Os casos de assédio e de violência doméstica contra mulheres continuam a aumentar em todo o mundo, agravados pelo discurso populista e de ódio de alguns líderes mundiais.

Por tudo isso, digo e reafirmo: nada está garantido. É necessário continuar a lutar para não perder o que já foi conquistado e avançar ainda mais na igualdade de género. O dia 8 de março continua a ser um dia essencial para lembrar que os direitos conquistados precisam de ser protegidos e ampliados!

Que o Dia Internacional da Mulher continue a ser um símbolo de resistência, luta e esperança! Viva o Dia Internacional da Mulher!

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