Eu diria que faz todo o sentido, mais do que nunca, pois nada está garantido!
O Dia Internacional da Mulher não é apenas uma celebração, mas um mote para refletir e lutar por um mundo mais justo e igualitário.
O Dia Internacional da Mulher tem a sua origem ligada às lutas feministas do final do século XIX e início do século XX, especialmente no contexto das reivindicações por melhores condições de trabalho, direitos políticos e igualdade de género. Ficaram para a história o movimento das trabalhadoras têxteis (1908-1909), em Nova York, em que milhares de operárias protestaram contra jornadas de trabalho excessivas, baixos salários e más condições de trabalho, a tragédia da fábrica Triangle Shirtwaist (1911), em que um incêndio em Nova York matou mais de 140 trabalhadoras, evidenciando a precariedade das condições laborais e impulsionando a luta feminista, bem como as greves das operárias russas, no dia 8 de março de 1917.
O reconhecimento pela ONU só chegou em 1975, tendo sido oficializado o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, incentivando debates sobre os direitos femininos no mundo inteiro.
Na atualidade, o Dia Internacional da Mulher continua a ser assinalado porque a desigualdade de género perdura em diversas áreas da sociedade. Embora tenham sido conquistados muitos direitos, persistem desafios muito significativos, como a baixa representatividade em cargos de liderança de topo, as desigualdades salariais, a dupla jornada de trabalho, a falta de direitos reprodutivos e a violência de género, com números de violência doméstica alarmantes.
Lamentavelmente, nos últimos anos, temos assistido a retrocessos nos direitos das mulheres em diversas partes do mundo. Apesar de décadas de luta por igualdade, algumas conquistas estão a ser ameaçadas.
Veja-se o que aconteceu em 2022 nos EUA, onde deixou de estar garantido o direito ao aborto ao nível federal. Desde então, vários estados proibiram ou restringiram esse direito. Também na Polónia, em 2020, foi implementada uma das leis mais rígidas da Europa, proibindo o aborto mesmo em casos de má-formação fetal. Também por cá, em Portugal, já surgiram umas vozes a querer colocar em causa o que foi conquistado nesta matéria.
Os casos de assédio e de violência doméstica contra mulheres continuam a aumentar em todo o mundo, agravados pelo discurso populista e de ódio de alguns líderes mundiais.
Por tudo isso, digo e reafirmo: nada está garantido. É necessário continuar a lutar para não perder o que já foi conquistado e avançar ainda mais na igualdade de género. O dia 8 de março continua a ser um dia essencial para lembrar que os direitos conquistados precisam de ser protegidos e ampliados!
Que o Dia Internacional da Mulher continue a ser um símbolo de resistência, luta e esperança! Viva o Dia Internacional da Mulher!