Mais de 50.000 palestinianos, que são seres humanos, foram mortos à bomba em Gaza, quase todos civis, incluindo mulheres e crianças, a pretexto de retaliação pelo assassinato de 1.500 israelitas pelo grupo terrorista Hamas, cometendo-se um crime (muitos crimes) para combater outro crime (mais crimes).
Hospitais, campos de refugiados, montes de destroços habitados por sobreviventes palestinianos são bombardeados pelos israelitas, com o fim de executar uma limpeza étnica e deixar terreno para o que hoje Trump, seu aliado alucinado, quer construir, uma nova “Riviera” e um qualquer negócio, com dólares e ambição.
De norte a sul, de este a oeste, o mundo protesta, com palavras meigas ou agressivas, com negociações de salão e riqueza, com proclamações que não passam de declarações sem eficácia, mas nada faz para terminar o sofrimento e o massacre de inocentes, que só têm culpa de ter nascido no apocalipse.
Não é humano fomentar a guerra, enxertar mortes sobre mortos, agravar condições de vida miseráveis, fazer do ato de matar um ato banal, negar condições humanitárias de sobrevivência, varrer com projéteis tudo o que mexe, negar a condição humana por razão étnica, destilar o ódio provocando ricochete de mais ódio.
As Nações “Unidas” são boicotadas pelos senhores da guerra, o dono do mundo mais parece um primata sem sentimentos, as sanções económicas não são uma “arma”, um criminoso de guerra israelita alapa-se ao poder para não ser preso por corrupção, o território ocupado da Palestina não merece reclamação, quase não há Palestina para um povo com identidade.
A “União” Europeia está mais preocupada com as suas portas e o sádico Putin, os reféns israelitas são um joguete nas mãos de terroristas do Hamas e do Governo de Israel, muitos prisioneiros palestinianos não têm culpa formada, crimes de guerra são o quotidiano desvalorizado, nem os médicos e outros profissionais de saúde são respeitados, o genocídio de Israel contra os palestinianos continua.
As televisões alertam para imagens sensíveis e violentas, mas nada parece impedir a insensibilidade dos decisores, os interesses dos poderosos, o ódio de quem nada mais tem para dar, em ser humano. A fome, a indigência, as doenças, a degradação humana, tornam o agressor nauseabundo, mas dominador. E passa-se à notícia seguinte...
A guerra dita militar que respeita os civis e que já se estende à Cisjordânia, o sistema de apartheid de Israel, a ocupação ilegal do território palestiniano e o bloqueio ilegal à ajuda humanitária imposto a Gaza, tratar os palestinianos como infra-humanos, merecem que o mundo cruel seja menos cruel. Denunciar o genocídio é pouco.
Segundo a Wikipédia, desde 7 de outubro de 2023, Israel assassinou 200 jornalistas e profissionais da comunicação social, mais de 270 funcionários da ONU, 22 funcionários da Cruz Vermelha, 33 funcionários do Crescente Vermelho e 254 trabalhadores humanitários. Milhares de outros cadáveres estarão sob os escombros de edifícios destruídos.
A revista The Lancet estimou mais de 70.000 mortes devido a ferimentos traumáticos. O número de feridos é superior a 114.000, Gaza tem o maior número de crianças amputadas per capita do mundo. Em março de 2025, apenas 10 dos 36 hospitais de Gaza estavam funcionando completa ou parcialmente, 84% dos centros de saúde foram destruídos ou sofreram danos.
Mais de 1,9 milhão de palestinianos (90% da população de Gaza) foram deslocados à força. Israel também destruiu vários edifícios culturais, como todas as 12 universidades de Gaza, 80% de suas escolas, e várias mesquitas, igrejas, museus e bibliotecas.
São medidas imperiosas e urgentes, secundadas pela Amnistia Internacional, impor o direito internacional (responsabilizando o Hamas e o Governo de Israel), aplicar a monitorização dos crimes de guerra (responsabilizando os mesmos), exigir a libertação dos reféns israelitas e a averiguação da situação criminal dos prisioneiros palestinianos, promover a prestação da ajuda humanitária que é precisa, assumir a recusa de transferência de armas e assistência militar a Israel, cumprir as medidas do Tribunal Internacional de Justiça pondo fim ao genocídio, a ação diplomática eficaz do mundo civilizado, o abandono da ocupação ilegal de Gaza por Israel.
Em Gaza, estão filhos de um deus menor, sem direitos, exceto à morte.