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Hernâni Caniço

Médico, Doutorado pela Universidade de Coimbra, Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos, Competência em Gestão de Serviços de Saúde, Vereador na Câmara Municipal de Coimbra, Membro da Comissão Política Concelhia e da Comissão Política da Federação Distrital de Coimbra do Partido Socialista.

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Tema: SaúdeData de Publicação: 07/06/2025, 12h57
Álvaro Beleza - saúde, em acessibilidade, qualidade e sustentabilidade
Foto FoRCOP (da esquerda para a direita): Valter Amorim, Lúcia Santos, Álvaro Beleza, Hernâni Caniço, Pedro Alves Loureiro, David Rupino, Ana Filipa Lourenço)
Foto FoRCOP (da esquerda para a direita): Valter Amorim, Lúcia Santos, Álvaro Beleza, Hernâni Caniço, Pedro Alves Loureiro, David Rupino, Ana Filipa Lourenço)

Com organização do Fórum Regional do Centro das Ordens Profissionais, (FoRCOP), presidido por Lúcia Santos (Ordem dos Farmacêuticos), realizou-se em 5 de Junho, em Coimbra, no Seminário Maior, a conferência “Saúde: acessibilidade, qualidade, sustentabilidade”, proferida por Álvaro Beleza, expert em saúde, ação cívica e política.

A abertura foi feita pelo Valter Amorim (Ordem dos Enfermeiros), e a moderação por Hernâni Caniço (Ordem dos Médicos).

Foi ressaltado pela moderação que o enorme esforço dos contribuintes não está a ter correspondência na eficiência, no acesso e na qualidade, estando Portugal no grupo dos países mais ricos em esforço orçamental, mas muito distante nos resultados (7º lugar), conforme apreciação de Adalberto Campos Fernandes.

Citando António Lacerda Sales, o problema não está apenas no investimento, mas na sua alocação estratégica, governança, gestão operacional e no modelo centralizado que dificulta respostas adaptadas aos contextos regionais. É tempo de repensar o SNS com base em resultados em saúde, proximidade, descentralização inteligente e uma aposta clara na integração de cuidados. Só assim se transforma esforço orçamental em ganhos tangíveis para os cidadãos.

O moderador Hernâni Caniço, numa publicação de 2012, já defendia as redes de referenciação hospitalar como um instrumento determinante no planeamento e organização da resposta por parte das unidades prestadoras de cuidados de saúde, de forma integrada, a gestão participada por objetivos, a aplicação de indicadores de impacto e ganhos em saúde, (e não apenas registo de indicadores de processo e produtividade), a organização da governação clínica, os Centros de Responsabilidade Integrados, os Hospitais de Dia,  a telemedicina, os indicadores de desempenho profissional e a satisfação profissional.

Quanto aos fatores de insustentabilidade, apontou a estagflação (combinação da inflação elevada com a estagnação económica), o descontrolo da despesa, e a má articulação entre Cuidados de Saúde.

Todos os estudos nórdicos apontam as doenças da civilização como prioridade a combater, a promoção dos estilos de vida saudável como fator prioritário de redução de doenças graves, crónicas e oncológicas, e a taxação de impostos indiretos sobre produtos promotores de hábitos de vida não saudável (tabaco, álcool, fast-food, etc.).

Álvaro Beleza, conferencista, apontou a referenciação de cuidados como essencial para a acessibilidade, relevou a importância das lideranças intermédias no SNS como fator de qualidade, e definiu a integração de cuidados e serviços como formato para a sustentabilidade do sistema, com a digitalização anexa indispensável.

Criticou o sistema de portas abertas em serviços de urgência, em relação à acessibilidade, devendo haver alargamento de horários e atendimento seletivo em cuidados de saúde primários, antes dos cuidados hospitalares não emergentes.

Álvaro Beleza apontou as vantagens e desvantagens dos sistemas de saúde de Bismarck e Beveridge, defendendo um sistema misto, que seria mais próximo dos cidadãos.

Bismarck (sistema de segurança social) e Beveridge (serviço nacional de saúde) são os sistemas de saúde que prevalecem na Europa e que se baseiam na universalidade, solidariedade e equidade, estando os estados membros da União Europeia divididos entre esses 2 modelos.

Enquanto no sistema de origem alemã (Bismarck) a administração é um mero gestor, no de origem inglesa (New Health Service, Beveridge), o Estado agrupa e oferece todos os serviços. As diferenças entre os dois residem, sobretudo, na forma como os diferentes serviços são financiados e operados, nas listas de espera e em co-pagamentos.

Cada sistema de saúde tem como objetivos fundamentais: melhorar a saúde do paciente, otimizar a sua experiência e realizar os procedimentos com os melhores recursos possíveis.

Portugal e Finlândia partilham o modelo de saúde de Beveridge, a França e Grécia usam o modelo de saúde Bismarck como base de seus cuidados de saúde.

Álvaro Beleza relatou ainda a sua experiência como doente, sendo médico, e foi questionado sobre o interesse de uma eventual Secretária de Estado para a Área do Envelhecimento, conforme defendido publicamente pelo moderador Hernâni Caniço e por Manuel Veríssimo, presidente da Ordem dos Médicos (Secção Regional do Centro).

* Com apoio de Lúcia Santos (presidente do FoRCOP)

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