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Iniciativa Liberal Santa Comba Dão

Olá, sou a Bernardete Santos, criada numa aldeia do concelho de Santa Comba Dão. Sou licenciada em Gestão, pela Faculdade de Economia do Porto (FEP). Trabalho há quase 30 anos, como Gestora Comercial e de Comunicação, sou Coordenadora da área de Responsabilidade Social e Public Affairs no sector da Distribuição Farmacêutica. Sou membro da Iniciativa Liberal desde janeiro de 2021, partido onde iniciei a minha vida política, na região onde pertenço, Santa Comba Dão, distrito de Viseu. Nos artigos de opinião, pretendo promover o liberalismo e explicar como este pode contribuir para o desenvolvimento do meu concelho. Pretendo também alertar para falhas na governação autárquica e medidas populistas que possam ser apresentadas pelos partidos da oposição. Acredito que o liberalismo pode ajudar a transformar o concelho num lugar mais próspero e justo. Defender o Liberalismo não é apenas uma opção. É a alternativa que permite vislumbrarmos um melhor país para os que escolheram aqui trabalhar e viver e para as gerações vindouras. Liberalismo é o caminho certo pelo crescimento, pela liberdade e pela democracia.

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O que falta à Princesa do Dão?... Mais e Melhor Educação

Centro Escolar Norte SCD @Iniciativa Liberal Santa Comba
Centro Escolar Norte SCD @Iniciativa Liberal Santa Comba

O ensino em Portugal enfrenta uma série de desafios que têm vindo a afetar o sucesso dos alunos.

Em termos gerais, o sistema educativo português é universal, obrigatório e gratuito nas escolas públicas, até ao 12º ano de escolaridade. No entanto, existem algumas questões que têm sido identificadas como potenciais obstáculos ao sucesso dos alunos, apesar dessa gratuitidade: muitas escolas públicas enfrentam problemas de infraestrutura, incluindo falta de manutenção, salas de aula superlotadas e insuficiência de recursos tecnológicos; a falta de professores qualificados em áreas-chave, bem como com a alta rotatividade de docentes e mesmo falta de docentes, afetando a continuidade e a qualidade do ensino; as desigualdades socioecónomicas com impacto significativo no desempenho dos alunos; o currículo e as metodologias de ensino, que alguns críticos consideram desatualizados ou inadequados para atender às necessidades dos alunos no mundo atual e onde o pensamento crítico, a resolução de problemas e a colaboração, são essenciais; o sistema de avaliação, que inclui exames nacionais no final de cada ciclo de ensino, tem sido objeto de debate, onde algumas críticas sugerem que o foco excessivo nos exames pode promover uma abordagem de ensino centrada na preparação para testes em detrimento de uma aprendizagem mais holística; a desmotivação dos alunos e a taxa de abandono escolar precoce ainda são preocupações, especialmente entre os adolescentes. Fatores como falta de interesse nas disciplinas, dificuldades de aprendizagem não identificadas e problemas comportamentais, podem contribuir para estes problemas. De acordo com os últimos dados disponíveis, relativos ao ano de 2023, a taxa de abandono escolar precoce aumentou de 6,5% para 8%, quebrando a tendência constante e gradual de diminuição que se registava desde 2006. É um valor que continua abaixo do teto máximo de 9%, definido pela UE para 2030, mas que, ainda assim, merece reflexão.

O ensino em Portugal enfrenta uma série de desafios, é certo!

Mas, estes desafios são ainda mais significativos, quando olhamos para os dados da educação no Interior do país e na discrepância quando comparados com as regiões do litoral. Falamos nomeadamente do acesso a recursos financeiros, materiais e humanos; da qualificação de professores, onde as escolas no litoral geralmente têm mais facilidade em atrair e reter professores qualificados devido à disponibilidade de oportunidades de emprego e qualidade de vida; o desenvolvimento económico e social mais dinâmico no litoral, o que também se reflete na qualidade do ensino; o próprio acesso a oportunidades de emprego, serviços e cultura sendo mais limitado no Interior, afeta indiretamente a educação; a oferta educacional, pois em muitas áreas do interior, há uma oferta educacional limitada, com menos escolas e opções de cursos disponíveis, limitando as oportunidades educacionais para os alunos que vivem nessas regiões.

A Educação no Interior do país é, pois, um desafio maior, pois não concorre com as mesmas ferramentas/condições que as regiões do litoral. E Santa Comba Dão não é aqui exceção. Muito pelo contrário, os dados do ensino no concelho são preocupantes e requerem análise mais profunda. Senão vejamos:

Santa Comba Dão, está a perder população. Passou de 11.603 residentes em 2011, para 10.787 residentes em 2022. Perde população e não consegue garantir a renovação geracional a médio e longo prazo. Numa análise comparativa de dados da Pordata, de 2011 e 2022, verificamos que o número de nascimentos é cada vez menor, passámos de 93 em 2011, para 60 nascimentos em 2022. Se olharmos à evolução de jovens com menos de 15 anos, no concelho, passámos de 13% do total da população em 2011, para 10,8% em 2022.

Analisando o ensino no concelho, pelo número de alunos do ensino não superior nos dois anos em referência, passámos de 2.192 em 2011, para 1.211 em 2022.

E o que é curioso, é que enquanto a população jovem de Santa Comba Dão reduziu 22,7% nos últimos 10 anos, os alunos do ensino não superior, reduziram 44,8%.

Não havendo um nível elevado de abandono escolar precoce, poderá isto significar que os alunos estão a transferir-se para outras escolas de concelhos vizinhos?

 

Se olharmos ao Ranking das Escolas dos últimos anos, esta conclusão poderá fazer algum sentido…

Numa análise aos resultados divulgados pelo Ministério da Educação, para os anos de 2016 e 2023 e tendo por referência a evolução do Ensino Secundário, verificamos que a Escola Secundária de Santa Comba Dão em 2016 encontrava-se no ranking nacional de escolas, no lugar 291º com uma média de 10,7 valores. Em 2023, passou para o lugar 466º do ranking nacional e uma média de 10,8 valores. Uma degradação clara na qualidade do ensino secundário do concelho, face ao resto do país.

Note-se ainda que no concelho de Viseu, em 2023, a Escola Secundária Alves Martins ocupou o 92º lugar, com uma média de 12,75 valores e a média da melhor escola do país, em 2023 foi de 16,5 valores.

São por isso dados que nos deveriam deixar preocupados e merecer uma honesta reflexão.

É preciso encontrar soluções claras e eficazes para melhorarmos a atratividade do ensino, a retenção de alunos, o ajuste ao mercado de trabalho e acima de tudo garantir iguais oportunidade para que todos os jovens tenham um ensino de qualidade na sua formação, para a vida ativa.

Reduzir as discrepâncias entre o litoral e o interior do país, requer políticas e investimentos que visem mitigar as desigualdades regionais e garantir um acesso equitativo e de qualidade à educação em todo o país. Muito do trabalho a desenvolver, passará por mais investimento em infraestrutura escolar; formação e valorização dos professores, baseada na meritocracia; um currículo formativo atualizado e flexível; o acesso equitativo a recursos e oportunidades; uma avaliação formativa mais personalizada e claro, parcerias com a comunidade e o setor privado.

Exigem-se soluções para mais e melhor Educação, no país e em Santa Comba Dão.

Bernardete Santos
NT Viseu da Iniciativa Liberal

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