No passado dia 26 de Abril a Fundação Lapa do Lobo, Nelas promoveu uma mesa-redonda, para falar do papel da mulher pós 25 de abril, no qual o NT de Viseu da Iniciativa Liberal marcou presença.
Num formato descontraído, assistimos a uma boa conversa moderada por Sofia Relvas, entre Isabel Nery, Jornalista, ensaísta e investigadora em Jornalismo Literário e Maria Manuela Paupério, Juíza Desembargadora, foi também presidente do Sindicato dos Juízes Portugueses. A conversa passou pelo percurso pessoal e profissional de cada uma das convidadas e pelos desafios de ser mulher em Portugal.
Apesar das conquistas alcançadas pós 25 de abril de 1974, ambas as convidadas foram unânimes em concordar que as mulheres ainda têm caminho para correr, para alcançar iguais oportunidades. E, neste processo de transformação, são as próprias mulheres que continuam a minar o seu percurso de conquistas, ao quererem assumir determinadas tarefas para si, como a de cuidadoras dos filhos e da família. Prevalece enraizada a componente cultural do papel da mulher na família e ambas as convidadas são defensoras que serão precisas quotas de género para abrir caminho para as mulheres, em muitas áreas de domínio masculino no passado...
Ora, a Iniciativa Liberal discorda desta visão. Um caminho controverso e discutível, na nossa opinião, pois o que vamos assistir ao promover a igualdade de resultados, é mais diferenças de género. O caminho terá de passar por garantir iguais oportunidades de escolha e cada um, individualmente, fazer a sua. É importante mudar os estereótipos à volta do poder e garantir que todas as pessoas, independentemente do seu gênero, possam influenciar a sua própria vida. É preciso consciencialização, mudança cultural e social.
Leva tempo? Claro que sim! Mas as mudanças feitas à pressa, nunca deram bom resultado – “depressa e bem, não há quem” dizem os nossos avós. E só com tempo de adaptação, conseguiremos trilhar um caminho robusto e de sucesso, para garantir iguais oportunidades para todos. Iguais oportunidades onde os indivíduos sejam tratados de forma semelhante, sem barreiras artificiais, preconceitos ou preferências, exceto quando determinadas distinções possam ser explicitamente justificadas. O objetivo é ter as pessoas mais qualificadas, em cargos importantes de uma organização - pessoas com maior probabilidade de desempenhar habilmente determinada tarefa. E não ser atribuído determinado cargo a alguém, por motivos considerados arbitrários ou irrelevantes.
Diferenças sempre existiram e vão continuar a existir. Cada ser humano é um ser único. Cada um de nós tem um conjunto de características que o define. Cada um de nós tem preferências, gostos, aspirações, motivações, que não nos fazem melhores ou piores que os outros, apenas diferentes.
Definir quotas para impor escolhas é anular o direito de cada individuo poder definir o seu próprio caminho e optar por aquilo que o faça mais feliz. Se queremos equidade de género, não é a decretar iguais resultados que o vamos conseguir.
Bernardete Santos
NT Viseu da Iniciativa Liberal