Proposta progressista
Em março de 2023, na campanha das eleições legislativas, foi divulgado em diversos jornais que "O Volt de Coimbra apoia a proposta da sua direção nacional que pretende consolidar uma frente progressista capaz de quebrar o padrão bipartidário e enfrentar o populismo, com o PAN, LIVRE e IL."
Esta proposta refletia o desejo de mudança e a criação de uma nova dinâmica política no país.
Frente progressista em Coimbra?
Agora, em 2025, surgem sinais de que Ana Abrunhosa (Partido Socialista) pretende encabeçar uma lista autárquica com uma versão da Frente Progressista.
É o Partido Socialista verdadeiramente progressista?
Os socialistas portugueses sempre se definiram como republicanos e anti-salazaristas. Sendo um partido com uma forte base de apoio na burguesia tradicional. Ser antifascista não implica, necessariamente, ser revolucionário nas ideias e nos costumes. Este paradoxo também é visível no Partido Comunista. Um exemplo disso foi, quando socialistas e comunistas, impediram que na Assembleia da República fosse aprovada uma lei que proibia as touradas.
Tanto o PS quanto o PCP têm posições conservadoras em questões como a liberdade sexual e a eutanásia. O PCP, sempre se recusou a encarar o debate sobre a eutanásia. Como já disse alguém sobre as contradições do socialismo: "Os partidos socialistas, nos regimes livres, são democráticos na proporção em que sejam menos socialistas."
Conservadores com discursos de retórica progressista
Dizer que partidos como o PS ou PSD são progressistas é, na verdade, mera retórica, no essencial, são sempre ideologias cujo primado reside em manter as suas estruturas sociais e tradições. Não fica bem usar esta argumentação. Deveriam centrar o discurso em outras matérias bem mais interessantes e credíveis para todos nós.
Vejamos os exemplos de casos recentes de autarcas do PS, que se opuseram a apoios sociais (Loures) ou até a políticas mais inclusivas, como a questão da imigração (Junta de freguesia do PS de Beja).
Conservadores do Status Quo
Ao nivel do investimento publico perduram histórias de atrasos sobre atrasos que alimentam estruturas conservadoras, sem interesse em avanços concretos e em nada revolucionam o país, como o deveriam fazer. Em Coimbra temos a história da empresa Metro Mondego, criada em 1996, que se manteve por décadas marcada por indecisões e contradições. Durante 30 anos, o projeto passou por vários estudos, projetos e mudanças de direção, tendo sido um verdadeiro sorvedouro de dinheiro público. Gastaram-se centenas de milhões de euros em estudos e gestores, sem que o projeto realmente avançasse. Comparado a isso, só mesmo o caso do aeroporto nacional ou os estudos sobre a rede ferroviária nacional e a alta velocidade, apresentam um padrão semelhante.
Isto não é progresso. É conservadorismo.
Eu é que sou progressista
Neste contexto, refletir sobre o significado de ser progressista nos dias de hoje, é também por si, um desafio importante.
Temos uma sondagem da RTP, onde foi revelado que os portugueses se consideram maioritariamente progressistas. A maioria defende o combate às alterações climáticas (82%), os direitos dos filhos de imigrantes, como o direito à nacionalidade portuguesa para aqueles nascidos em Portugal (74%), e a igualdade de direitos para casais homossexuais, incluindo a adoção (61%). Nesta sondagem, 72% dos inquiridos afirmam sentir-se muito ligados à Europa. Ora, isto traduz um efetivo espirito progressista.
Nesta perspetiva, o único partido verdadeiramente progressista em Portugal é o Volt. Com uma agenda clara e moderna, que defende os direitos humanos, as liberdades individuais, a abertura de fronteiras e a abertura à Europa, a sustentabilidade e a inovação. O Volt tem-se posicionado como a verdadeira alternativa para aqueles que acreditam em um futuro mais inclusivo e transformador. A política local e nacional precisa de uma mudança real, e o Volt está à frente dessa transformação, é a verdadeira Frente Progressista.
Carlos Leite
Coordenador do Volt no distrito de Coimbra