A Associação Empresarial da Região de Coimbra (NERC) em nota de imprensa enviada à Central Press, exige explicações para os incêndios que deflagram na Região Centro, e disponibiliza-se a reivindicar junto das entidades governamentais, intermunicipais e municipais, medidas concretas de apoio aos empresários e cidadãos da Região de Coimbra.
Através do comunicado, a NERC manifestou hoje, dia 19 de agosto, "o seu mais profundo pesar, pela morte de um bombeiro que, quando se dirigia para o combate a um incêndio, na sequência de um acidente de viação na aldeia de São Francisco de Assis, Covilhã, perdeu a vida no cumprimento do seu dever", lê-se no comunicado.
"Depois da morte do autarca do concelho da Guarda, que tentava salvar bens e pessoas, Portugal volta a ser confrontado com mais uma tragédia que tem ferido nestes últimos dias todos os portugueses, e que expõe as fragilidades existentes, nomeadamente no interior de Portugal, no que respeita à prevenção, limpeza e combate aos incêndios florestais", acrescentam.
"Estes homens e mulheres estão no limite. Estão cansados, exaustos, entregues a uma luta desequilibrada contra o fogo, contra o esquecimento e contra a falta de meios. E, apesar disso, continuam a correr para dentro do perigo quando todos fogem dele. A realidade é dura e injusta para os nossos bombeiros, empresários e cidadãos do interior da região de Coimbra e na região Centro, que enfrentam diariamente esta calamidade", afirma a NERC.
A NERC exige explicações para o acontecido que originou esta calamidade. A associação empresarial considera necessário auditar onde foram investidas as verbas do Centro 2020 e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), onde estavam afetas várias intervenções após a calamidade de 2017, que, como referem, "por coincidência ou não, afetou esta mesma região, estes mesmos empreendedores, no flagelado interior da região Centro".
A mesma associação questiona ainda, "onde param os fundos comunitários do programa 'Aldeia Segura Pessoas Seguras'?". O programa, de acordo com o comunicado, "tinha e tem como objetivo proteção de pessoas localizadas na interface urbano-florestal, através da implementação e gestão de zonas de proteção e locais de refúgio nos aglomerados, bem como da sensibilização das populações para a prevenção de comportamentos de risco e para a adoção de medidas de autoproteção e de preparação face a incêndios rurais, por forma a reforçar a sua segurança".
O programa Redes de Defesa da Floresta Contra Incêndios (RDFCI), segundo a NERC, "era e é para prevenir e dificultar a propagação de incêndios, facilitar o acesso (aceiros) e a intervenção, sendo a sua execução a cargo da CIM ́S com especial enfoque na nossa área de intervenção territorial na CIM de Coimbra".
"Com a realidade atual, e ao constatar-mos que a área do território ardido, uma grande parte pertencente à CIM de Coimbra (Lousã, Miranda do Corvo, Vila Nova de Poiares, Tábua, Arganil, Oliveira do Hospital, Góis, Pampilhosa da Serra), importa auditar para onde foram os milhões de euros atribuídos para cumprimento dos objetivos RDFCI", acrescentam.
A NERC, os empresários da região de Coimbra, a sociedade civil em geral, "exige saber, o que foi feito às verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), afetas ao apoio florestal, cadastral e outros no âmbito do PRR".
A NERC exige ainda explicações à CIM de Coimbra do porquê de lançar um concurso SIRESP, durante a calamidade, em mais de meio milhão de euros.
A associação empresarial demonstra "total solidariedade" a todos empresários e cidadãos afetados, por esta calamidade, da região de Coimbra e da região Centro. A NERC disponibiliza os seus serviços, bem como um canal de apoio aos empresários/empreendedores da região afetados, através do seguinte e-mail: geral@nerc.pt