Uma equipa de investigação do CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro e do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica (DEMaC) da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu um dispositivo e um processo de tratamento eletrolítico de águas para consumo doméstico que assegura a qualidade das mesmas ao longo da rede de distribuição. Foi ainda desenvolvido o processo de operação do dispositivo, de acordo com o comunicado enviado à Central Press.
Ambos, dispositivo e processo, foram alvo de concessão de patente nacional.
A equipa de investigação desenvolveu um sistema de tratamento eletrolítico de águas para consumo doméstico que assegura a qualidade da mesma ao longo da rede de distribuição de águas, bem como o processo de operação do dispositivo.
O dispositivo e o processo desenvolvidos para o tratamento da água municipalizada são alvos desta patente, e consistem numa configuração interna de circulação da água única que, aliada ao contacto com elétrodos cerâmicos revestidos com filme fino de diamante dopado com boro, garantem a sua multifuncionalidade. Este sistema apresenta igualmente as vantagens de funcionar à temperatura ambiente, pressão atmosférica e, sobretudo, a baixos valores de tensão elétrica aplicada.
A equipa responsável é constituída por Violeta Girão, Filipe Oliveira, Miguel Neto, Rui Silva (também diretor do Departamento) e pelo ex-estudante de mestrado José Soares. “Ao longo da rede de distribuição de águas, a água municipalizada pode sofrer alterações até entrar nas nossas casas, podendo conter poluentes inorgânicos/orgânicos indesejáveis, ou ainda microrganismos nocivos à saúde pública”, afirmam os inventores da tecnologia. Assim, “as principais funcionalidades deste dispositivo consistem na eliminação sustentável e eficiente desses poluentes inorgânicos/orgânicos e microrganismos através de um processo de eletroxidação amplificado pela configuração interna de circulação de água no sistema”, acrescentam. “Acresce também a funcionalidade de reduzir a dureza da água e a garantia de uma autolimpeza eficiente.”
O processo de proteção da tecnologia foi conduzido pela UACOOPERA, estrutura da UA responsável pela proteção de resultados de I&D da comunidade académica, que acompanhou todas as fases até à concessão da patente em território nacional.
A tecnologia que se encontra patenteada foi desenvolvida no âmbito do projeto SGH – Smart Green Homes (POCI-01-0247-FEDER-007678), liderado pela Bosch Termotecnologia SA e pela UA, projeto este concluído no final de 2020.