A Escola Superior de Enfermagem da Universidade de Coimbra (ESEUC) anuncia o lançamento da pós- graduação em Inovação em Saúde: Tecnologias Digitais e Inteligência Artificial, cuja primeira de duas edições previstas tem início no dia 30 de outubro de 2025.
O novo curso, financiado por verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e da União Europeia (UE), tem o duplo objetivo de, capacitando os formandos para a utilização da inteligência artificial (IA), melhorar o processo de ensino/aprendizagem na educação em Enfermagem, bem como a prática clínica dos profissionais de saúde. É, por isso, dirigido a docentes da instituição de ensino superior e a enfermeiros no ativo.
Como benefícios da frequência desta pós-graduação são apontados, entre outros, o "contacto com a IA" de modo a "aperfeiçoar os cuidados prestados aos doentes", a "redução da carga burocrática que permitirá acrescentar valor" a esses cuidados (maior eficiência nos processos) e o "apoio na tomada de decisão, na medida em que é possível prever os riscos e os desfechos, aumentando a eficácia dos diagnósticos".
A criação do curso surge como resposta direta à necessidade de preencher uma lacuna formativa na área das tecnologias da saúde. Conforme sublinhado pelo professor Luís Loureiro, coordenador da pós- graduação, a ambição a longo prazo é "posicionar os professores e enfermeiros da ESEUC como líderes na transformação do setor da saúde, através da aplicação da IA nos contextos clínicos e de formação".
O curso de 30 créditos (ECTS) distingue-se no panorama formativo pela sua abordagem direcionada e especializada, com um foco claro na aplicabilidade prática no contexto da Enfermagem.
"A principal diferença reside no seu foco no contexto da Enfermagem, quer da prestação de cuidados, quer do ensino, enquanto outras formações, ou são muito amplas e genéricas, ou então demasiado específicas", afirma o coordenador da formação.
Na primeira edição, a pós-graduação em Inovação em Saúde: Tecnologias Digitais e Inteligência Artificial apresenta 20 vagas para professores de carreira da ESEUC e 10 para enfermeiros, oferecendo uma forte componente de aplicação prática.
Usar a tecnologia com responsabilidade ética
A utilização da IA é vista não apenas como uma ferramenta para aprimorar o diagnóstico e tratamento, mas também para "libertar os profissionais de tarefas repetitivas e burocráticas», permitindo que se concentrem no cuidado à pessoa. Já no ensino, «ela permite que o professor centre a sua ação no estudante: a IA não substitui o professor, ela pode contribuir para a personalização da educação, de forma estratégica e eficaz", analisa o professor Luís Loureiro.
O curso prepara, ainda, os profissionais para os desafios éticos e morais associados à tecnologia, incluindo no plano de estudos um módulo específico sobre o tema: “Questões éticas do uso da IA”.
“Fundamentos das Tecnologias Digitais na Saúde”, “Inteligência Artificial Aplicada à Saúde”, “Integração de IA Generativa no Ensino”, “Sistemas de Informação em Saúde e Registos Eletrónicos” e “Utilização de IA na Investigação” são outros módulos que dão corpo à formação.
Com um regime de ensino b-learning (presencial e à distância), o curso, que decorre ao longo de 16 semanas, funcionará às quintas e sextas-feiras (informações detalhadas sobre a candidatura serão disponibilizadas em breve na página web da ESEUC).
A pós-graduação em Inovação em Saúde: Tecnologias Digitais e Inteligência Artificial é financiada pelo PRR (programa de investimento Impulso Mais Digital) e pela UE (fundos NextGenerationEU), no âmbito do projeto DIG.INTEL, liderado pela Universidade de Coimbra.
O projeto DIG.INTEL tem o objetivo de habilitar jovens e adultos para o uso pleno e adequado de competências digitais em diversos contextos sociolaborais, gerando oportunidades de capacitação em áreas como a inteligência artificial, a cibersegurança, ou a computação quântica.