Liliana Santos, doutorada em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC), é a vencedora da segunda edição do Prémio JJ Pedroso de Lima. A distinção, no valor de 10 mil euros, foi entregue esta quinta-feira, dia 11, numa cerimónia realizada na Sala do Senado, de acordo com o comunicado enviado à Central Press.
A vencedora da edição de 2025 é licenciada em Bioquímica pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, mestre em Oncologia Molecular pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, tendo realizado o doutoramento em Ciências Farmacêuticas em regime empresarial na ICNAS Pharma. O galardão destaca o trabalho desenvolvido no âmbito da sua tese de doutoramento, concluída em 2025, intitulada "Desvendar os mecanismos da disfunção da barreira hematoencefálica na formação de metástases cerebrais em cancro da mama HER2+: um passo para novas abordagens terapêuticas".
Nesta investigação, Liliana Santos explorou estratégias inovadoras de diagnóstico e tratamento para cancro baseadas em radiofármacos, cruzando áreas fundamentais da medicina nuclear e da oncologia translacional. Este trabalho destacou a aplicação de radiofármacos de zircónio-89 e cobre-64 para o diagnóstico do cancro da mama e de metástases cerebrais HER2+, bem como o desenvolvimento de estratégias terapêuticas inovadoras com radiofármacos de lutécio-177 para o tratamento de tumores e metástases cerebrais HER2+ resistentes à terapia convencional.
“O trabalho distinguido teve como principal objetivo o desenvolvimento de radiofármacos para a deteção e tratamento de metástases cerebrais do cancro da mama HR2 positivo, que continua a representar um grande desafio clínico. Desta forma, desenvolvemos fármacos inovadores que permitem contornar mecanismos de resistência observados neste tipo de tumores, aumentando assim a sobrevida dos doentes”, destacou Liliana Santos.
Criado em 2024, o Prémio JJ Pedroso de Lima tem como objetivo reconhecer anualmente estudantes, docentes ou investigadores com formação de base nas áreas das ciências fundamentais e da engenharia que se notabilizaram com projetos relevantes na área das ciências nucleares aplicadas à saúde.
O prémio foi entregue pelo reitor da UC, Amílcar Falcão, e pelo diretor do ICNAS, Antero Abrunhosa.
“Com a atribuição deste prémio, prestamos uma merecida homenagem a um homem que foi essencial em todo o caminho de sucesso percorrido pelo ICNAS. Este ano, reconhecemos um trabalho que coloca a inovação e a investigação ao serviço dos cuidados de saúde, procurando mais e melhores soluções para o diagnóstico e o tratamento, em particular através de radiofármacos, área em que o ICNAS é atualmente uma referência nacional e internacional”, declarou o reitor, que presidiu ao júri que atribuiu o galardão.
O Diretor do ICNAS destaca “a unanimidade do júri e o elevado mérito da vencedora, bem como a potencial aplicação clínica da investigação numa área tão importante como é o cancro da mama HER2+”.