O candidato do LIVRE na coligação Avançar São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, Gustavo Veloso, tomou posição sobre a sucessão política na União de Freguesias, numa declaração em que alerta para o risco de “transformar o legado em trono” e de criar uma “perpetuação de herdeiros escolhidos”.
Em comunicado, o candidato reconhece o trabalho realizado pelo atual presidente da Junta, Jorge Veloso, eleito pelo Partido Socialista (PS), considerando que o percurso e a obra do autarca justificam reconhecimento e até homenagem. Contudo, afirma que, no momento de sucessão, deve evitar-se a tentação de prolongar o poder através de “herdeiros”, o que, no seu entender, fragiliza a democracia local.
Críticas à lógica da sucessão
Para Gustavo Veloso, listas independentes que resultam de divisões internas podem enfraquecer a política local quando “nascem mais do ressentimento do que da vontade genuína de servir a comunidade”. Sublinha que esse tipo de dinâmica contribui para a perceção negativa sobre a vida política e abre espaço ao crescimento da extrema-direita.
Apesar de reconhecer a legitimidade das candidaturas independentes, o candidato do LIVRE defende que a democracia se constrói com projetos coletivos e participação plural, e não com lógicas de sucessão pessoal ou protagonismos individuais.
Alternativa em coligação
No mesmo comunicado, o candidato sublinha que a coligação Avançar São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades resulta da união de diferentes forças políticas — PS, LIVRE, PAN e CpC — e que se distingue por não assentar em “únicos capazes” mas antes em equipas diversas e em compromissos partilhados.
Segundo Gustavo Veloso, a proposta da coligação assenta na ideia de democracia como capacidade de regenerar, incluir e avançar, afastando a lógica de “reis e herdeiros” e afirmando-se como alternativa de cidadania ativa e pluralidade.