A Assembleia Municipal de Viseu aprovou, na reunião de 15 de setembro, uma moção de apoio ao "Projeto Paradinha Escola e Comunidade" (PPEC), em funcionamento desde o ano letivo 2018/2019 na Escola Básica de Paradinha. A moção foi aprovada com 14 votos a favor (1 BE, 11 PS e 2 PSD) e restante abstenção, de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press.
O PPEC nasceu em 2017 por iniciativa de um grupo de pais, tendo sido aprovado como projeto de inovação pedagógica pelo Agrupamento de Escolas Infante D. Henrique e pelo Ministério da Educação. Assente em metodologias ativas, democráticas e participativas, como a pedagogia do "Movimento da Escola Moderna" (MEM), o projeto tem sido apontado como exemplo de integração e sucesso educativo, numa escola situada num bairro marcado por vulnerabilidade socioeconómica e cultural.
Segundo o Bloco de Esquerda de Viseu, "a experiência pedagógica tem permitido contrariar a segregação escolar, promovendo a diversidade e a valorização da infância, transformando a Escola Básica de Paradinha num espaço de referência a nível nacional".
No entanto, para o ano letivo de 2025/2026, a Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE) indeferiu dois dos quatro pedidos de mobilidade estatutária apresentados pelo Agrupamento no âmbito do PPEC. A decisão afeta docentes do 1.º ciclo, um dos quais já integrava o projeto e outro que possui formação na pedagogia do MEM, comprometendo, segundo a Assembleia Municipal, a continuidade e a coerência pedagógica do trabalho desenvolvido.
Na moção aprovada, os deputados municipais saudaram o esforço coletivo da comunidade educativa e instaram o Governo a reconsiderar a decisão, garantindo a mobilidade estatutária necessária. A deliberação será comunicada ao Ministério da Educação, ao Agrupamento de Escolas Infante D. Henrique e à Associação de Pais da Escola Básica de Paradinha.