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Coimbra recebe "Manifesta - Bienal Nómada Europeia"

Redação Central Press/
19/09/2025, 11h55
/
6 min
Apresentação da "Manifesta" @Anozero
Apresentação da "Manifesta" @Anozero

Coimbra vai receber, em 2028, a "17.ª edição da Manifesta – Bienal Nómada Europeia", numa coorganização com a "Bienal Anozero". O acordo de acolhimento foi assinado a 17 de setembro, no Claustro do Colégio da Graça, com a presença da ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, do presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, do vice-reitor da Universidade de Coimbra, Delfim Leão, do diretor do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC) e da Bienal Anozero, Carlos Antunes, e da diretora da Manifesta, Hedwig Fijen, de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press.

Pela primeira vez, a "Manifesta" une-se a uma bienal local, somando três décadas de experiência internacional a uma década de enraizamento em Coimbra. Conhecida pela sua mobilidade e pela capacidade de reimaginar o espaço urbano em diferentes cidades europeias, a "Manifesta" associa-se agora a uma bienal que, desde 2015, afirma Coimbra como polo de produção artística contemporânea e de participação cidadã.

Carlos Antunes sublinhou que "o futuro é aquilo que se celebra hoje", defendendo que 2028 não seja apenas um evento, mas "um momento de viragem para a cidade e para os seus agentes culturais".

Esta edição conjunta pretende reabilitar e ativar a Rua da Sofia como laboratório urbano e cultural, e desenvolver projetos ambientais inovadores, com destaque para ações de  regeneração florestal em parceria com os municípios da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra.

Para a ministra da Cultura, Juventude e Desporto, a chegada da "Manifesta" a Coimbra "não se trata apenas de apresentar um evento cultural, mas de lançar um projeto europeu de grande escala, com impacto na cidade, na região e no país". Margarida Balseiro Lopes salientou que este é "mais do que um momento protocolar: é a afirmação de um compromisso político, com a descentralização, com a coesão territorial, com a cultura como motor de desenvolvimento e com a capacidade de projetar Portugal no mundo".

A governante reforçou que o objetivo é que "cada intervenção urbana se torne parte integrante da cidade, que cada equipamento cultural mantenha uma vida própria e que cada investimento se traduza em continuidade", garantindo que a "Manifesta" terá "um impacto duradouro e real na vida das pessoas, na economia da região e na projeção internacional da cultura portuguesa". Para o Governo, acrescentou, "investir na cultura é também investir na economia, na regeneração urbana, na mobilização das comunidades e na capacidade de projetar Portugal no mundo", lembrando que "a verdadeira medida do sucesso da Manifesta não estará apenas no brilho do momento, mas na força do legado que formos capazes de construir coletivamente".

O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, destacou que a concretização desta candidatura resulta "de uma estratégia de investimento em cultura que tem vindo a crescer, precisamente para que a cidade tenha condições de aproveitar oportunidades e de responder às exigências de um evento que é muito mais do que uma bienal de arte contemporânea: é uma plataforma de transformação de comunidades". Sublinhou ainda que "Coimbra tem pessoas e instituições extraordinárias” e que "quando trabalhamos em conjunto, conseguimos coisas extraordinárias", considerando a vinda da "Manifesta 17" em 2028 "algo absolutamente marcante para a cultura da cidade e o corolário dos sonhos de muitos que se empenharam para que as oportunidades fossem devidamente aproveitadas".

Para José Manuel Silva, a escolha da Rua da Sofia como um dos eixos centrais da bienal é da maior importância, pois "os espaços históricos têm de ser abertos, vividos e reinterpretados", e a "Manifesta" "vai obrigar-nos a olhar para eles de uma forma diferente". O autarca lembrou ainda que a "Manifesta" "não vem apenas apresentar uma exposição; estará aqui connosco mais do que dois anos, a pensar em conjunto com artistas, comunidades e associações locais, no desafio que trará para Coimbra", ajudando a "catapultar a cidade para o futuro com base naquilo que está na sua própria genética: a cultura".

O vice-reitor da Universidade de Coimbra, Delfim Leão, relacionou a chegada da "Manifesta" com a própria história da cidade, recordando que "em 2012, a candidatura de Coimbra a Património Mundial parecia comprometida, mas uma dificuldade transformou-se em oportunidade e, em 2013, a classificação foi alcançada", exemplo de como "a persistência e o trabalho conjunto dão frutos". Para Delfim Leão, é urgente "devolver à Rua da Sofia a centralidade que ela merece".

Consciente "do grande risco do efémero", o vice-reitor sublinhou a necessidade de garantir que "tudo o que a 'Manifesta' produza deixe frutos a curto, médio e longo prazo". Enfatizou ainda que "a cultura é o elo que nos permite viver melhor no território e cuidar dele" e que a "Manifesta", em articulação com a CIM Coimbra, tem a ambição de expandir essa união a nível nacional e de a projetar internacionalmente. Esta visão integra também a criação de "novas indústrias criativas e oportunidades de turismo cultural", mostrando que "se pode viver bem aqui e que, vivendo bem, cuidamos melhor do território e construímos um país mais equilibrado".

A diretora da Manifesta, Hedwig Fijen, reforçou que esta "será a primeira edição a nascer de uma colaboração profunda entre duas bienais" e que, "juntas, 'Manifesta' e 'Anozero' irão ampliar o impacto social e cultural, criando um legado para além de 2028".

Esta parceria entre a Fundação Internacional Manifesta e a Anozero reflete um compromisso comum com a troca, a produção de conhecimento e práticas culturais sustentáveis. Ao unir esforços, as duas bienais pretendem ampliar o seu impacto social e cultural, fortalecer o seu legado e demonstrar como a colaboração e a generosidade nas artes são mais vitais do que nunca num tempo de recursos limitados, produção artística condicionada e apelos urgentes à sustentabilidade.

A fusão da "Manifesta" e da "Anozero" não só moldará uma edição histórica da bienal em Coimbra, como também deixará uma marca duradoura em ambas as instituições.

Com a "Manifesta 17 Coimbra – Anozero’28", a cidade e a região assumem-se como plataforma de diálogo europeu, onde património e contemporaneidade, cultura e ambiente, economia e coesão territorial se cruzam para gerar um legado duradouro, projetando Coimbra e Portugal no mundo.

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