"Artistas Unidos" apresentam "Vento Forte", um texto de Jon Fosse, no dia 4 de outubro, pelas 21h30, no Teatro Académico de Gil Vicente, de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press.
Jon Fosse (Prémio Nobel da Literatura em 2023) é hoje um dos nomes maiores da dramaturgia mundial. A sua obra, celebrada pela crítica e traduzida em dezenas de línguas, desafia as convenções do teatro contemporâneo, afirmando-se como uma "experiência sensorial e metafísica única",
"Vento Forte" é uma reflexão sobre "o tempo, o amor e o vazio da existência". É a primeira peça escrita por Fosse após uma prolongada pausa na dramaturgia e teve a sua estreia mundial a 4 de setembro de 2021, no Det Norske Teatret, na Noruega.
Neste poema cénico, três personagens, "O Homem", "A Mulher" e "O Jovem", habitam um espaço fechado, "suspenso entre o real e o simbólico". "Um apartamento sem janelas nem portas. Uma sala branca e claustrofóbica onde o tempo se dissolve e os papéis se confundem. A Mulher quer que O Homem vá embora. O Homem quer que O Jovem desapareça. Mas ninguém sai. O impasse instala-se".
Com encenação de António Simão e "Artistas Unidos", "Vento Forte" mergulha na linguagem hipnótica de Fosse, marcada pela repetição, o silêncio e a musicalidade, para construir um universo onde a presença e a ausência, o passado e o presente, o amor e a morte, se sobrepõem continuamente.
Uma peça que desafia "a linearidade do tempo e a lógica do espaço, onde as palavras são mais eco do que enunciado, mais som do que sentido".
"Vento Forte" é uma meditação teatral sobre o retorno e a impossibilidade de regressar.
"Quando a peça começa, O Homem (Stas Wronka) pode estar, ou pode estar apenas a discutir o acto de, olhar pela janela. Felizmente, as imagens de janelas são projectadas nas paredes esquerda e direita do cenário. Mas depois de O Homem fazer algumas observações confiantes sobre como há sempre algo interessante para ver através da janela, surge uma incerteza: será a janela da esquerda ou da direita? Na verdade, existe ou existiu alguma janela? Realçando esta insegurança, as janelas projectadas desaparecem. O tempo também muda: está escuro e ventoso ou agradável? Bem-vindo à Fosselândia."
António Simão trabalhou com Margarida Carpinteiro, António Fonseca, Aldona Skiba-Lickel, Ávila Costa, João Brites, Melinda Eltenton, Filipe Crawford, Joaquim Nicolau, Antonino Solmer e Jean Jourdheuil. Integra os Artistas Unidos desde 1995; trabalhou recentemente em Uma Solidão Demasiado Ruidosa, a partir do romance de Bohumil Hrabal (2020), Morte de um Caixeiro Viajante de Arthur Miller (2021), Terra de Ninguém de Harold Pinter (2022), Proximidade de Arne Lygre (2022), Foi Assim de Jon Fosse (2023), Remédio de Enda Walsh (2023) e Leões de Pau Miró (2024).