Um quarto dos adolescentes (26,5%) que, no último ano letivo, participou no programa de promoção da saúde mental e prevenção de comportamentos suicidários em meio escolar, Mais Contigo, apresentou sintomatologia depressiva moderada ou grave. Os resultados da intervenção, feita em 2024-2025 por profissionais de saúde e agentes educativos um pouco por todo o país, foram divulgados ontem, na Escola Superior de Enfermagem da Universidade de Coimbra, de acordo com o comunicado enviado à Central Press.
De acordo com os dados apresentados pela equipa coordenadora nacional do Mais Contigo, 2.069 adolescentes encontravam-se em risco de adotar um comportamento suicidário, sendo 70,6% raparigas.
«Os resultados obtidos continuam a indicar algumas vulnerabilidades nos adolescentes: 26,5% apresentam sintomatologia depressiva moderada ou grave», afirmou o coordenador do programa, José Carlos Santos, ao intervir na sessão de abertura do XIV Encontro Mais Contigo.
O professor da ESEUC e especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica referiu que também se mantêm «maiores vulnerabilidades nas jovens, quando comparadas com os rapazes», sendo que, «este ano, as diferenças» são relativamente ao menor bem-estar e menor autoconceito.
«Fizemos, de facto, a diferença. Houve 162 adolescentes que, se não fosse o empenho dos dinamizadores do Mais Contigo, possivelmente estariam em sofrimento mental, sem qualquer acompanhamento ou ajuda mais especializada», observou o coordenador do programa.
No ano letivo de 2024-2025, o Mais Contigo abrangeu o maior número de adolescentes desde o início do programa: 18561 (com 16996 questionários validados).