A Marinha Portuguesa inaugurou há 100 anos, a 28 de setembro de 1925, aquela que seria a Escola n.º 1 da Armada, em Vila Franca de Xira. Por forma a assinalar o aniversário da inauguração das Instalações da Marinha em Vila Franca de Xira, está previsto o lançamento de um livro comemorativo pelas Edições Culturais de Marinha, de acordo com o comunicado enviado à Central Press.
A presença da Marinha em Vila Franca de Xira iniciou-se com a instalação da base da designada Flotilha Ligeira, que agrupava os torpedeiros e contratorpedeiros ligeiros da Armada, na Quinta das Torres.
Esta descentralização dos serviços da Armada, terá sido concebida pelo ministro da Marinha, Fernando Augusto Pereira da Silva (1871-1943), por forma a afastar as grandes concentrações de marinheiros da capital e, assim, prevenir revoltas ou perturbações políticas. Houve também a intenção, por parte dos altos comandos, de diversificar a presença da Marinha noutras localidades ribeirinhas o que teria vantagens em termos de divulgação e, sobretudo, de aumento do universo de recrutamento.
A base da Flotilha Ligeira foi inaugurada numa cerimónia na qual fundeou, ao largo da Quinta das Torres, o cruzador Carvalho Araújo onde embarcou o ministro da Marinha, em representação do presidente da República, acompanhado pelos contratorpedeiros Douro, Guadiana, Tâmega e Vouga e pelos torpedeiros Mondego, Sado, Ave, Lis e Tejo.
A chamada “esquadra da lezíria” viria a ser desativada a 23 de maio de 1928, devido ao facto de a maior parte dos navios da Flotilha necessitar de grandes reparações que só eram possíveis no Arsenal da Marinha, no Alfeite, assim como devido às dificuldades em equipar as instalações em terra com as adequadas infraestruturas para alojamentos, depósitos e oficinas.
Apesar da desativação da respetiva base, os contratorpedeiros remanescentes mantiveram um fundeadouro provisório em Vila Franca de Xira, sendo que as instalações em terra foram entregues à Delegação Marítima.
As instalações seriam reativadas em 1934, com a criação da Escola de Mecânicos, com a Escola de Alunos Marinheiros anexada. Com a progressiva autonomização dos cursos ali ministrados, esta escola daria lugar, em 1961, ao Grupo n.º 1 de Escolas da Armada (G1EA).
Em 2004, com a criação da Escola de Tecnologias Navais (ETNA), na Base Naval de Lisboa, o G1EA foi desativado, passando a ser um pólo de formação da nova escola.
Após a transferência das suas valências remanescentes para o Alfeite, o Pólo de Vila Franca de Xira foi encerrado a 1 de setembro de 2009.