A Humanitas (Federação Portuguesa para a Deficiência Mental) alertou esta semana que o aumento de 4,9% aplicado pelo Estado aos acordos de cooperação com as instituições de apoio à deficiência é “manifestamente insuficiente” face às obrigações financeiras que estas entidades têm de cumprir, de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press.
Em comunicado enviado à secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, Clara Marques Mendes, a direção da Humanitas sublinha que, no mesmo período, as instituições tiveram de suportar um aumento médio de 8% na massa salarial dos trabalhadores, resultante de acordos com sindicatos. “Concordamos com a valorização dos salários dos nossos colaboradores, que são baixos, mas o apoio estatal não cobre este acréscimo de custos, nem contempla as restantes subidas provocadas pela inflação”, refere a federação.
A Humanitas recorda que já tinha alertado o Governo, durante a fase negocial, para a insuficiência do aumento proposto, mas a percentagem manteve-se inalterada. Agora, com o primeiro semestre concluído, a federação considera evidente que “as instituições de apoio à deficiência estão numa situação pior do que no ano anterior”.
Para a organização, seria necessário que o aumento atingisse pelo menos 8%, de modo a equilibrar as contas e garantir a sustentabilidade destas instituições. Na carta enviada ao Governo, a Humanitas defende ainda a urgência de atualizar os valores do financiamento para que as entidades possam continuar a cumprir a sua missão junto das populações mais vulneráveis.