O Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria) participou, ao longo de quatro dias, nas reuniões conjuntas dos quatro grupos consultivos da Europol e na Conferência Anual sobre Cibercriminalidade, que decorreu na sede da Europol, nos Países Baixos. O evento, o maior promovido pela agência europeia nesta área, foi este ano subordinado ao tema “Analisando os desafios dos dados na linha da frente do mundo digital”, de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press.
Membro do Grupo Consultivo para a Investigação e Desenvolvimento do Centro Europeu de Cibercrime da Europol (EC3), o IPLeiria esteve presente neste encontro que reuniu representantes dos grupos de Segurança na Internet, Prestadores de Serviços de Internet, Serviços Financeiros e Investigação e Desenvolvimento.
A integração do Politécnico de Leiria neste grupo consultivo foi aprovada em janeiro de 2025, tendo como objetivo promover a colaboração entre instituições de ensino superior, centros de investigação e organismos responsáveis pelo combate ao cibercrime, reforçando a ciberconsciencialização e a partilha de conhecimento, investigação e inovação.
“O balanço destes quatro dias é bastante positivo. Em primeiro lugar, por integrarmos um grupo que está a trabalhar ativamente na mitigação de problemas concretos de cibersegurança na Europa. Enquanto grupo consultivo, procuramos apresentar propostas de melhoria e planos de ação, nomeadamente ao nível da sensibilização e de novas políticas, por exemplo relacionadas com a utilização de dispositivos e aplicações”, afirmou Mário Antunes, professor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Leiria, que representa a instituição neste grupo da Europol.
O docente sublinhou ainda o networking gerado durante o evento, salientando que “a interação com organizações não governamentais, empresas de software, prestadores de serviços e instituições de ensino superior permite potenciar colaborações e o desenvolvimento de novos projetos e parcerias”.
Durante as reuniões, foram abordados temas como o impacto da inteligência artificial, as operações de desmantelamento de grupos de malware, as variantes emergentes de ransomware e o uso de proxies residenciais, entre outros. As equipas operacionais da Europol apresentaram propostas de projetos transversais aos vários grupos, com foco na promoção da ciberconsciencialização, sobretudo entre as camadas mais jovens.
“A Europol está fortemente empenhada em promover a consciencialização sobre os cibercrimes a vários níveis. O formato tradicional de ações de formação está esgotado, e o futuro passa por mecanismos mais atrativos, como a gamificação — algo em que já estamos a trabalhar em conjunto”, acrescentou Mário Antunes.
A Conferência de Cibercriminalidade contou com cerca de 600 participantes oriundos de forças policiais, empresas tecnológicas, centros de investigação e instituições académicas, tendo abordado temas como “Acesso aos dados versus privacidade”, “Legislação baseada em dados”, “Diplomacia cibernética” e “Prevenção do crime cibernético”.
“O mundo digital está cada vez mais perigoso e complexo. Estas instituições estão a trabalhar em conjunto para propor boas práticas, aplicações e estratégias que bloqueiem atividades maliciosas — um trabalho de longo prazo, mas essencial”, concluiu o professor do Politécnico de Leiria, destacando ainda a coincidência do evento com o mês internacional da cibersegurança.
O Politécnico de Leiria oferece formação especializada na área, nomeadamente o TeSP em Cibersegurança e Redes Informáticas e o Mestrado em Cibersegurança e Informática Forense. A instituição integra também o Centro de Competências em Cibersegurança da Região Centro (CCC-Centro), no âmbito da C-Network, e mantém protocolos com entidades como o Gabinete Cibercrime da Procuradoria-Geral da República e a Polícia Judiciária, no domínio da formação e perícia forense.
Entre os seus recursos destaca-se o Laboratório de Informática Forense (LabCIF), equipado para a realização de perícias tecnológicas e apoio técnico especializado.