O Instituto Politécnico da Guarda - IPG vai acolher, no próximo dia 16 de outubro, a Conferência SER 65+, um encontro que reúne especialistas de Portugal e Espanha para debater estratégias e soluções que promovam o envelhecimento ativo e saudável nas regiões de baixa densidade populacional, de acordo com o comunicado enviado à Central Press.
A iniciativa integra vários painéis temáticos dedicados à reflexão sobre os desafios demográficos, a longevidade com saúde e a capacitação das redes de apoio comunitário.
A sessão de abertura contará com a presença do presidente do IPG, Joaquim Brigas, da gestora de programas da Comissão Europeia, Delia Bonsignore, de um representante da Autoridade de Gestão do POCTEP, e de Fátima Roque, diretora da Escola Superior de Saúde e investigadora responsável do projeto SER65+ no Politécnico da Guarda.
“O envelhecimento da população é um dos grandes desafios do nosso tempo, em toda a Europa, particularmente nos territórios de baixa densidade demográfica”, afirmou Joaquim Brigas. “Através do projeto SER65+, o Politécnico da Guarda e os seus parceiros ibéricos estão a desenvolver conhecimento e soluções práticas que podem melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas, em especial nas regiões de baixa densidade”.
A conferência contará no período da manhã com a participação de peritos na área da demografia e do envelhecimento, com uma visão das necessidades em saúde das populações mais envelhecidas nos territórios transfronteiriços. Durante a tarde será a vez de investigadores de Portugal e Espanha apresentarem os resultados preliminares das ações desenvolvidas em ambos os territórios, entre os quais se destacam: o diagnóstico da autonomia funcional da população com mais de 50 anos, o plano de ação integrado de promoção de saúde e bem-estar e o ecossistema digital de monitorização e apoio à pessoa idosa.
Referindo-se às principais ações do projeto SER65+, Fátima Roque destaca que o principal objetivo da primeira ação residiu na “avaliação multidimensional da autonomia funcional e da implementação das estratégias de cuidados integrados e promoção do envelhecimento saudável”. Segundo a investigadora, a ULS (Unidade Local de Saúde) da Guarda foi “um parceiro essencial no recrutamento de utentes dos diferentes concelhos da Guarda e participou ativamente com os investigadores do IPG na recolha de dados, junto de 244 idosos, nos quais foi avaliada a autonomia funcional, parâmetros de saúde e qualidade de vida”.
Na segunda ação do projeto, o Politécnico da Guarda trabalhou em conjunto com a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) para desenvolver um plano de ação integrado de promoção de saúde e bem-estar da população com mais de 50 anos nas regiões transfronteiriças abrangidas pelo SER65+. “Para o desenvolvimento deste plano estamos a realizar grupos de discussão com decisores, profissionais de saúde e do apoio social para identificarmos os principais problemas e propormos possíveis soluções”, afirma Fátima Roque. Segundo a diretora da Escola Superior de Saúde da Guarda, “até ao momento foram envolvidos nestes grupos de discussão cerca de 140 profissionais da região das beiras e Serra da Estrela”.
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Está também a ser desenvolvida uma aplicação digital (App) inovadora baseada no programa de “Atenção Integrada para a Pessoa Idosa” (ICOPE), preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que, através da recolha e análise de dados reais, pretende melhorar o acompanhamento, a prevenção da perda de funcionalidade e a promoção do envelhecimento ativo.
O “SER65+” vai ter como base um ecossistema digital de interação entre os profissionais de saúde e de ação social, entre agentes políticos locais e regionais envolvidos na prestação de cuidados de apoio ao idoso, cuidadores informais e adultos mais velhos. Será composto por uma ‘App’ de triagem da autonomia funcional e de saúde e uma plataforma online que vai incorporar a informação recolhida pela ‘App’ e disponibilizá-la aos atores envolvidos na prestação de apoio aos idosos. Através dos resultados dos testes de rastreamento efetuados no diagnóstico precoce, a ‘App’ vai monitorizar a autonomia funcional dos idosos ao longo do tempo. A plataforma online irá integrar a informação recolhida, simplificando assim a comunicação e o acesso dos beneficiários comunitários aos profissionais de apoio e à informação relacionada com as práticas de saúde comunitárias mais efetivas.
“Este projeto tem como objetivo validar e implementar um ecossistema digital de monitorização da autonomia funcional da pessoa idosa, promovendo a integração e comunicação entre todos os atores envolvidos na prestação de cuidados e apoio, desde profissionais de saúde a cuidadores e familiares”, afirmou Fátima Roque. “A aplicação será apresentada durante a conferência, destacando o seu contributo para um modelo de cuidados mais integrado, personalizado e centrado na pessoa idosa”.
Durante a tarde, serão apresentados os resultados das ações desenvolvidas em Portugal e Espanha no âmbito do projeto SER65+, entre os quais se destacam: o diagnóstico da autonomia funcional da população com mais de 50 anos, o plano de ação integrado de promoção de saúde e bem-estar e o ecossistema digital de monitorização e apoio à pessoa idosa.
A conferência irá encerrar com uma mesa-redonda que vai reunir representantes das instituições que integram o consórcio SER65+, proporcionando um espaço de partilha de conhecimento e boas práticas sobre o envelhecimento ativo e sustentável.
A conferência vai ter lugar no auditório dos Serviços Centrais. A entrada é livre e o evento é aberto a toda a comunidade interessada na temática do envelhecimento ativo e saudável.
O projeto SER65+ é financiado pelo Programa Interreg Espanha–Portugal (POCTEP), instrumento de cooperação transfronteiriça apoiado pela União Europeia, que visa implementar um plano de ação que promove o envelhecimento saudável da população de regiões de baixa densidade populacional do Centro de Portugal e da Extremadura, através de medidas e práticas de cuidados integrados, da capacitação de profissionais de saúde e prestadores de cuidados e da sensibilização de população com mais de 50 anos.
Para além do IPG, integram este projeto a Unidade Local de Saúde da Guarda (ULS Guarda), a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE), a consultora portuguesa INOVA+, a Fundação Formação e Investigação dos Profissionais de Saúde da Extremadura (em Mérida, Espanha), a Fundação Centro de Cirurgia Minimamente Invasiva (em Cáceres, Espanha), a Universidade da Extremadura (em Badajoz, Espanha). Conta ainda como parceiros associados o Cluster Socio-Sanitário da Extremadura (em Cáceres, Espanha) e o Centro para a Economia e Inovação Social (na Guarda).