O "Região de Leiria Crescimento" – Fundo de Capital de Risco Fechado recebeu já 118 candidaturas, com um montante de investimento solicitado de 79 milhões de euros, tendo sido realizados cinco investimentos, num total de mais de seis milhões de euros, em empresas como Ledzai, Twevo, BHOUT (BHT), entre outras, de acordo com o comunicado enviado à Central Press.
O instrumento de financiamento esteve em destaque durante um encontro realizado ontem, dia 28, à noite, integrado na terceira edição do NEXXT Leiria, que reuniu um grupo restrito de líderes e decisores da região de Leiria para uma conversa estratégica sobre o futuro e o desenvolvimento do território, com a presença de Gonçalo Regalado, CEO do Banco Português de Fomento.
Trata-se do primeiro fundo de investimento regional do país, criado numa parceria entre a NERLEI CCI - Associação Empresarial da Região de Leiria/Câmara de Comércio e Indústria, a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) e a Caixa de Crédito de Leiria, com o apoio do Banco Português de Fomento (BPF) e gestão da Portugal Ventures, que foi também subscrito por várias empresas da região de Leiria e pelo Novo Banco.
“Leiria tem todas as condições para ser um grande polo de investimento direto estrangeiro. Tem presidentes de câmara modernos, com a cabeça ‘arejada’ e com intensidade. Tem condições de atração de talento com muitíssima capacidade e competitividade. Tem uma indústria forte, desde a metalomecânica, moldes, plásticos, aço, construção, pedra natural e pedra trabalhada, maquinaria. Além de ter também um turismo vibrante”, afirmou Gonçalo Regalado.
O CEO do BPF defendeu ser necessário existir uma “grande articulação ao nível da CIM para a atração de investimento direto estrangeiro”, já que “os valores que estão em cima da mesa são de mais de 80 mil milhões de euros, estando o nosso PIB perto dos 300 mil milhões de euros”.
Gonçalo Lopes, presidente da CIMRL, enalteceu o papel que os empresários têm “no crescimento da economia da região”, destacando que Leiria “é hoje o terceiro ecossistema mais inovador do país, num mercado que é cada vez mais dinâmico e competitivo”. “Para nós, é um grande orgulho ver Leiria afirmar-se como um território onde a inovação tecnológica acontece, onde as ideias se transformam em soluções e as empresas encontram talento e condições para crescer. Queremos consolidar Leiria como um polo de inovação e tecnologia, reforçando o ecossistema empresarial, criando novos espaços de incubação e aceleração e promovendo a ligação entre o conhecimento, o investimento e as pessoas.”
- Publicidade -
Constituído em abril de 2024, com um capital total subscrito de 14,3 milhões de euros, o Fundo ‘Leiria Crescimento’ abriu já quatro calls, cujas regras preveem um investimento entre 250 mil euros a 1,5 milhões de euros por empresa, nas fases seed, startup e later stage venture (séries A, B e C), com sede na Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria ou que aí pretendam estabelecer-se com presença e operações significativas.
Para Jorge Vala, presidente da CM Porto de Mós, o encontro promovido foi “acima de tudo, um momento de reflexão estratégica sobre o futuro da região de Leiria, reunindo líderes e decisores que partilham um propósito comum: reforçar o desenvolvimento económico e social do nosso território. A partilha de ideias e ambições que aqui se fez é uma prova de que o futuro constrói-se em rede, com diálogo, confiança e visão partilhada entre o setor público, privado e financeiro”.
Também Pedro Pimpão, presidente da CM Pombal, realçou que a região de Leiria é “um território de gente muito empreendedora, e isso verifica-se a vários níveis”. “Pela primeira vez na história, temos um fundo da região para apoiar as empresas da própria região. É um fundo endógeno. Por isso, vamos apoiar. Nós, autarcas, temos o nosso papel, mas vamos apoiar empresários que apoiem outros empresários a crescer. Porque, se crescermos todos, é a região como um todo que se vai afirmando cada vez mais no patamar nacional e internacional.”
Por fim, Vítor Ferreira, diretor geral da Startup Leiria, considerou que “existe um propósito no fundo 'Região de Leiria Crescimento' – Fundo de Capital de Risco Fechado que vai além da emoção”. “É um efeito multiplicador. Um excelente exemplo é um dos primeiros investimentos do fundo, a BHOUT. A tecnologia e algoritmos da BHOUT são feitos em Leiria, pela Void. Os plásticos e moldes são de Leiria, as peças de metal são maquinadas em Leiria, a espuma vem da Leirispumas, de Leiria, e os sensores são de Leiria, tal como o coro. Ou seja, um investimento no fundo gera negócio, gera efeitos multiplicadores e gerará retorno aos investidores do fundo. É um exemplo de retorno económico e desenvolvimento regional, e também potencial de gerar um futuro unicórnio.”
