O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) considera que a utilização "dos habituais jargões da eficiência ou de evitar desperdícios" colide com aquilo que vêm como a "realidade concreta de aumento dos constrangimentos experienciados pelas administrações das instituições do SNS, em 2025", de acordo com o comunicado enviado à Central Press.
Em novembro, nenhum dos Planos de Desenvolvimento Organizacional das Unidades Locais de Saúde foi aprovado, impedindo, aponta o SEP, a abertura de concursos de acesso a categorias superiores das diferentes carreiras.
"Os profissionais estão sistematicamente confrontados com a falta de material e a não substituição de equipamento que deixam de funcionar, pelos anos de utilização, impedindo as boas e melhores práticas", denúncia a entidade sindical, apontando também outras situações como os sistemas informáticos que "continuam a ter problemas de interoperacionalidade e de funcionamento".
"Relatórios importantes sobre a política do medicamento não são disponibilizados desde há dois anos impedindo o acesso a dados sobre os gastos, a tipologia dos gastos, nomeadamente, no que diz respeito a medicamentos inovadores, na área oncológica e, até, relativamente a medicamentos já não sujeitos a patentes", consideram.
Tendo em conta a redução da verba prevista no Orçamento do Estado para a saúde associada às declarações do Ministro das Finanças que considera ser "um desperdício contratar mais trabalhadores para a Administração Pública", o SEP afirma esperar que o Governo cumpra a sua afirmação de não retirar dinheiro ao Estado Social "para pagar os delírios armamentistas da União Europeia que garantirá mais lucro a uma indústria que só produzirá mais doença".
