Numa iniciativa conjunta do Município de Tondela e da Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão (AMRPB) tem início na próxima segunda-feira, 3 de novembro, no concelho tondelense o projeto de recolha
seletiva porta-a-porta de biorresíduos alimentares, de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press.
O novo serviço público foi apresentado publicamente esta sexta-feira (31 de outubro), numa sessão que teve lugar no Mercado Velho de Tondela e em que participaram a presidente da Câmara, Carla Antunes Borges, e os vereadores do executivo municipal Jorge Soares, Helena Rodrigues e Francisco Fonseca.
“Hoje, é um dia muito importante, é o dia em que lançamos a primeira pedra de um projeto piloto que pretendemos levar a cabo para dar mais um passo naquela que é a conquista da sustentabilidade ambiental”, afirmou Carla Antunes Borges. Segundo a autarca, os biorresíduos representam 40% do lixo produzido sendo, por isso, “fundamental promover a sua separação”.
“Esta recolha vai permitir não só a sua rentabilidade energética, como cumprir um desígnio de futuro que é reduzirmos a `fração resto´ depositada em aterro, que é uma das nossas preocupações. Por esta via, estamos a construir um futuro mais sustentável do ponto de vista ambiental”, defendeu.
Nesta primeira fase, o projeto piloto “Sou resto mais ainda presto” abrange no concelho 50 produtores não domésticos, entre cafés, restaurantes, cantinas escolares, instituições sociais, entre outros, e 129 produtores domésticos na Quinta da Ínsua (49 casas), na Quinta do Espinheiro (35), na Urbanização Bela Vista e na Rua Frei Bernardo Castelo Branco (45).
“Iniciarmos esta recolha precisamente pelas áreas onde a concentração e densidade populacional permite garantir o funcionamento e o sucesso deste projeto”, explicou a presidente da Câmara, acrescentando que a ideia é “possibilitar o alargamento” do sistema “ao longo dos anos a outras áreas residenciais, nomeadamente dentro da cidade”.
Aos produtores não domésticos vai ser distribuído um caixote de 120 litros e aos restantes dois mais pequenos.
O primeiro contentor a ser entregue de forma simbólica aconteceu na manhã desta sexta-feira, logo após a sessão, tendo sido oferecido ao Agrupamento de Escolas Cândido Figueiredo.
“Este é um sistema completamente gratuito para os cidadãos”, concluiu Carla Antunes Borges.
A recolha e tratamento dos biorresíduos será da responsabilidade da AMRPB. Os caixotes dos produtores não domésticos serão despejados três vezes por semana e os dos domésticos duas. Cada utilizador terá de deixar à sua porta o seu contentor nos dias em que haverá recolha, adiantou na sessão José Portela, secretário-executivo do Planalto Beirão.
“Pretendemos no primeiro ano, nos primeiros 365 dias do ano, recuperar 150 toneladas de biorresíduos em Tondela. São objetivos claros porque há aqui uma grande componente financeira. Para a circularidade da economia para nós é fundamental”, referiu, ressalvando que este serviço será gratuito e não implicará uma alteração tarifária aos habitantes do concelho.
“Parabéns à câmara por ter aceitado o desafio e o ter ampliado, além dos não domésticos temos em Tondela três bairros aderentes”, disse, salientando que o “Sou resto mais ainda presto” está a ser implementado na região no âmbito do plano estratégico de resíduos urbanos da associação de municípios, desenhado em linha com as metas europeias e nacionais.
Nos novos contentores de cor castanha que chegarão às mãos dos utilizadores nos próximos dias podem ser depositados restos de comida, legumes, fruta, carne, peixe, ovos, pão, borras de café e até saquetas de chá.
Depois de tratado nas instalações do Planalto Beirão este lixo dará origem a biogás, que resultará na produção de eletricidade, ou a um fertilizante, reforçando a sustentabilidade ambiental e a economia tendencialmente circular.
