No Museu Terras de Besteiros foi inaugurada na tarde da última sexta-feira, dia 31 de outubro, a exposição “Memórias de Metal. Esculturas que Contam Histórias” da autoria de José António Antunes. A mostra foi inaugurada pelos vereadores Helena Rodrigues e Francisco Fonseca, de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press.
Com cerca de duas dezenas de peças em metal, a exposição dá a conhecer o trabalho de José António Antunes, um artesão e serralheiro natural de Nandufe, que é presença assídua no mercado mensal de artesanato promovido pelo município, o Artesanatus.
Na mostra podem ser vistos e apreciados uma fada, um chapéu, uma guitarra portuguesa, um violino, uma guitarra, um farol, uma caravela portuguesa, um coração de Viana, uma cesta de Nandufe e vários animais, desde um leão, passando por gato, um cão, uma águia e até uma borboleta.
Todas estas esculturas foram criadas a partir de materiais metálicos reciclados e de ferramentas inutilizadas, como porcas, parafusos, correntes de mota, rolamentos ou componentes de motores de carros.
Na abertura da exposição “Memórias de Metal. Esculturas que Contam Histórias”, que contou com a presença de dezenas de pessoas, a vereadora Helena Rodrigues felicitou José António Antunes pelo “trabalho desenvolvido”, destacando o facto de o artesão utilizar “materiais reciclados para dar corpo às suas peças de arte”. “É uma exposição digna de ser vista e uma forma de valorizarmos o trabalho deste nosso artesão”, disse.
Em conversa com a vereadora e com o público presente, José António Antunes explicou que o seu processo criativo começa com a recolha dos materiais e por idealizar a peça que vai construir.
“As ideias aparecem e fazem-se, para mim é fácil. Quando vou fazer as esculturas já as tenho na cabeça, é como se já estivessem feitas. Parece que as peças (materiais metálicos reciclados) já sabem o sítio certo onde vão ficar”, contou, acrescentando que quando olha para as porcas, parafusos, correntes, rolamentos, molas, anilhas e outros objetos metálicos já sabe a nova utilização lhes vai dar, dando “corpo” e “vida” a outra peça.
Segundo o artesão, as criações mais pequenas são as mais rápidas de executar. “Há peças que é quase automático fazê-las, outras têm de ser pensadas e desenhadas”, evidenciou.
Para conseguir o material com que faz a sua arte dá “uma voltinha” pelas oficinas de mecânica e sucateiras da zona para ver os materiais que lhe interessam. “Agora as pessoas já vão percebendo o que peço, mas ao princípio achavam estranho. Perguntavam para que queria as peças, pensavam que era tolo, mas ao fim de verem as coisas feitas….”, disse, revelando que, como não lhe cobram dinheiro, por norma retribui o gesto, oferecendo esculturas.
A peça que mais gostou de fazer foi uma fada, modelada a partir da junção de porcas metálicas com cobre e ferro. Esta é uma das muitas criações que compõem a exposição.
Aos presentes, José António Antunes revelou ainda estar a aventurar-se noutro mundo. Embora continue a apostar na escultura, está agora a explorar o barro, tendo em mãos um rosto feminino.
A exposição “Memórias de Metal. Esculturas que Contam Histórias” pode ser visitada no Museu Terras de Besteiros até ao dia 31 de janeiro de 2026.
