A deputada do PSD Adriana Rodrigues defendeu no Parlamento modernização da Barragem Engenheiro Duarte Pacheco, no concelho de Vale de Cambra, dada como tendo "enorme potencial para o desenvolvimento da região". A parlamentar social democrata quer ver esclarecidos aspetos da gestão daquele equipamento, defendendo um maior envolvimento do Município, de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press.
“Esta barragem é um ativo patrimonial do concelho, é um espelho de água com um potencial enorme, nomeadamente, em termos turísticos e para a prática de desportos náuticos, com uma envolvente que, sendo valorizada, em muito contribuiria para aumentar a atratividade e o desenvolvimento económico da freguesia de Rôge e do concelho de Vale de Cambra”, vincou Adriana Rodrigues na audição da ministra do Ambiente.
Intervindo na discussão do Orçamento do Estado para 2026 na especialidade, a parlamentar social democrata explicou à governante que a barragem “necessita de ser alvo de grandes investimentos, nomeadamente, no que diz respeito, à sua modernização, que, nos parece, ter sido gravemente negligenciada nos últimos anos” e cuja tutela da gestão te sido inibidora de “qualquer iniciativa no que concerne ao seu aproveitamento e requalificação”.
Referindo-se à infraestrutura construída no início dos anos 40 do século passado, a deputada aveirense recordou que a responsabilidade da gestão cabe, desde essa altura, “e com objetivos mais vastos”, à Associação de Regantes e Beneficiários de Burgães, com a tutela da APA – Agência Portuguesa do Ambiente e da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural.
Para Adriana Rodrigues, é uma “situação muito castradora em termos da gestão estratégica do concelho por parte do município”, pelo que disse ver com bons olhos o reforço “do papel do Município de Vale de Cambra na gestão deste importante ativo, em particular, ao nível da gestão dos recursos hídricos locais, do ordenamento do território, da fiscalização e da proteção civil”.
Na resposta, a ministra do Ambiente admitiu que a Barragem Engenheiro Duarte Pacheco “não é caso único, pois temos várias assim e com alguns problemas”. Revelou, por isso, que na denominada estratégia “Água que une” está a ser pensada a gestão destas barragens multiusos em coordenação entre a parte da agricultura e a parte do ambiente, com envolvimento da empresa Águas de Portugal e da EDIA, “para que haja uma gestão mais eficiente destas barragens”.
A outro nível, Adriana Rodrigues referiu-se à existência de muitos concelhos com baixa ou nenhuma cobertura de rede de água e saneamento, dando o exemplo de Vale de Cambra, onde algumas freguesias do interior do concelho, como Arões, Junqueira, Rôge e Cepelo, alguns casos com rede inferior a 10 por cento. Defendeu, por isso, “prioridade ao tratamento desta questão”, por exemplo com a abertura de uma linha de financiamento para este efeito.
A ministra deu como “importante” que as zonas que ainda carecem destas infraestruturas aproveitem esta geração de fundos europeus, que acabam em 2028/2029 “para resolver o maior número possível de problemas de saneamento básico”
