O Pavilhão Multiusos de Febres foi palco no passado sábado, 8 de novembro, de uma noite dedicada à valorização e celebração do teatro. Um momento que, simultaneamente, assinala o fim das comemorações dos 25 anos do Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede e o lançamento da XXVI edição, de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press.
Promovido pelo Município de Cantanhede, o evento reuniu mais de 400 pessoas, num momento simbólico de grande reconhecimento ao trabalho e à paixão de todos aqueles que ajudaram a construir a história teatral do concelho.
“Estas homenagens, a título póstumo, são uma celebração da memória e do legado artístico deixado por quem fez do teatro uma forma de vida e de identidade comunitária. São personalidades marcantes da história teatral do concelho, referências inspiradoras, que queremos continuar a dar a conhecer e a resgatar do esquecimento, pois foram fundamentais na concretização de uma dinâmica cultural assinalável. Cantanhede é o concelho da região Centro com mais grupos de teatro amador no ativo. Ao longo dos anos, o concelho tem afirmado o seu papel como um verdadeiro polo de criação e valorização das artes cénicas, graças ao empenho das associações locais, ao talento dos seus intérpretes e ao envolvimento das pessoas”, sublinhou o vice-presidente da Câmara com o pelouro da Cultura, Pedro Cardoso.
Foram homenageados Américo Carapêto (1943–2019), José Sagradas (1928–2019), José Lopes (1915–1993), José Penetra (1913–1985), Manuel dos Santos (1952–2020), Manuel Marta (1838–1898), pessoas que tiveram um papel relevante na história do teatro no concelho de Cantanhede; António Francisco (1948–2019), Carlos Garcia (1932–2024) e Valdemar Marques da Cruz (1952–2019), que tiveram um papel relevante na história do teatro e participaram no Ciclo de Teatro Amador do Concelho , e Alfredo Vasconcelos (1945–2016), Américo Carvalheiro (1932–2023), Aníbal Carvalho (1947–2025), Carlos Pacheco (1961–2018), Fernando Camarneiro (1969–2024), José Serralheiro (1985–2013), Luís Baía (1910–2001), Manuel Barreto (1956–2021), Manuel Oliveira, (1932–2022), e Silvério Simões (1942–2023), que participaram no Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede.
A noite prosseguiu com a estreia do espetáculo “O Grito”, uma encenação da ACA TEA - Academia de Teatro de Cantanhede. Trata-se de uma adaptação da peça “Um Grito Parado no Ar”, de Gianfrancesco Guarnieri, que explora as angústias e os dilemas de um grupo de artistas que tentam realizar uma obra teatral num período cortes orçamentais.

“Ao longo do processo criativo eles deparam-se com limitações impostas tanto pelo sistema como pelas suas próprias incertezas, o que gera discussões sobre o rumo da arte e a sua função social. À medida que as personagens avançam nos ensaios, emergem conflitos internos e externos, refletindo as tensões entre o idealismo artístico e a dureza que a própria realidade impõe”, refere a sinopse.
Com uma linguagem intensa e provocadora, o espetáculo coloca em evidência a batalha silenciosa de artistas que tentam mostrar o poder do teatro como um espaço de resistência e reflexão, mesmo quando a realidade impõe o silêncio.
A direção e encenação do espetáculo estão a cargo da ACA TEA – Academia de Teatro de Cantanhede, contando com um elenco composto por Miguel Matos, Alexandre Marques, Paulo Cera, Ana Marques, Luciana Cupido e Maria Juliana Catarino.
Esta cerimónia decorreu no âmbito do XXVI Ciclo de Teatro Amador do concelho de Cantanhede, que se realizará entre 24 de janeiro e 18 de abril de 2026, com a participação de quase duas dezenas de grupos e 400 elementos envolvidos.
