A Câmara Municipal de Torres Novas apresentou, no passado dia 7 de novembro, o seu contributo à proposta de “Rede de Referenciação Hospitalar – Pediatria”, atualmente em discussão pública pelo Ministério da Saúde. No documento, o município manifesta preocupação e oposição ao eventual encerramento do Serviço de Urgência de Pediatria da Unidade Hospitalar de Torres Novas, sublinhando "a importância estratégica e social desta valência para toda a região do Médio Tejo", de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press.

A Autarquia recorda que o processo de criação e revisão das Redes de Referenciação Hospitalar (RRH), definidas pela Portaria n.º 147/2016, de 19 de maio, visa garantir o acesso eficiente e de qualidade aos cuidados hospitalares, assegurando também a formação e a investigação em contexto clínico. Nesse âmbito, a proposta relativa à pediatria foi colocada em discussão pública, permitindo a participação de entidades locais e profissionais do setor.

No seu contributo, a Câmara destaca que mais de 50% das crianças abrangidas pela ULS Médio Tejo vivem nos concelhos de Alcanena, Torres Novas, Entroncamento e Vila Nova da Barquinha, todos em proximidade direta ao hospital torrejano. Só em 2024, 53% dos nascimentos registados na ULS corresponderam a progenitores residentes nestes quatro concelhos, o que, segundo o município, “reforça a centralidade demográfica e funcional da unidade hospitalar de Torres Novas”.

Os dados internos da unidade indicam ainda que a maioria dos utentes da pediatria é proveniente de Torres Novas e Entroncamento, evidenciando o papel determinante deste polo no acesso a cuidados pediátricos da população local.

A Autarquia defende também que a localização de Torres Novas representa uma vantagem geográfica e de acessibilidade, com boas ligações rodoviárias e maior proximidade entre concelhos, o que permite uma mobilidade mais rápida e equitativa das famílias em caso de necessidade médica.

A Câmara sublinha, ainda, que a manutenção da Pediatria em Torres Novas é essencial para assegurar o equilíbrio entre os três polos hospitalares da ULS Médio Tejo, Abrantes, Tomar e Torres Novas, evitando sobrecargas noutros serviços e promovendo uma distribuição justa e eficiente dos recursos de saúde.

O Município alerta que o eventual encerramento da urgência pediátrica em Torres Novas “comprometeria a eficiência, equidade e acessibilidade dos cuidados de saúde pediátricos” na região, obrigando muitas famílias a deslocações mais longas e difíceis, com impacto direto em situações de urgência ou menor gravidade.

“A Câmara Municipal de Torres Novas solicita a revisão da proposta e a manutenção do serviço, em nome do interesse público e da justiça territorial”, conclui o documento enviado ao Ministério da Saúde.

A autarquia reafirma, assim, a sua "posição firme na defesa da continuidade da urgência de pediatria" em Torres Novas, considerando-a "fundamental para o bem-estar das crianças e das famílias do Médio Tejo".