A Câmara Municipal de Castelo Branco aprovou, na reunião pública de 21 de novembro de 2025, uma moção que expressa preocupação com a instalação de centrais solares fotovoltaicas de grande dimensão no concelho e na região. A autarquia reforça que apoia a transição energética e os objetivos nacionais e europeus de descarbonização, mas alerta para a necessidade de que este processo seja conduzido com equilíbrio e respeito pelas características do território, de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press.
No documento aprovado, o município reconhece a importância da energia solar tanto para autoconsumo como para exploração comercial. No entanto, considera que os grandes projetos devem ser planeados com “cautela e responsabilidade”, salvaguardando o ordenamento do território, a biodiversidade, o património natural, as atividades económicas locais, o turismo e a qualidade de vida das populações.
A autarquia sublinha ainda que o concelho possui áreas de elevado valor ecológico e cultural, cuja preservação é fundamental para a identidade regional e para o desenvolvimento sustentável. Por isso, defende que quaisquer investimentos de grande escala devem respeitar os usos tradicionais do território e a sensibilidade ambiental existente.
Entre as preocupações apresentadas está o projeto Sophia, atualmente em consulta pública. A Câmara alerta que a dimensão do projeto pode resultar em impactos negativos, como “degradação da paisagem”, redução de áreas agrícolas e florestais, alterações nas condições climáticas locais e efeitos sobre a saúde da população, bem como possíveis danos em habitats protegidos e espécies autóctones.
Embora o município não seja diretamente afetado pela instalação dos painéis, já integrou uma posição formal desfavorável apresentada pela Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa durante o processo de consulta pública.
A moção aprovada determina três linhas de ação principais:
- reforçar uma posição prudente perante novos projetos de grande escala, garantindo que estes respeitem a paisagem e a identidade local;
- exigir avaliações completas e rigorosas do impacto ambiental, social, económico e na saúde pública antes da aprovação de futuras instalações;
- alertar que o interior não pode assumir os custos ambientais e sociais de projetos cujos benefícios são distribuídos por todo o país sem compensações adequadas para as comunidades locais.
A deliberação foi formalizada nos Paços do Município de Castelo Branco na mesma data da reunião, ficando registada como a nova posição oficial da autarquia sobre este tipo de investimentos.
