A Câmara Municipal de Alcanena e a Assembleia Municipal aprovaram por unanimidade uma moção que rejeita a proposta atualmente em consulta pública que prevê o encerramento da urgência pediátrica da Unidade Hospitalar de Torres Novas, integrada na Unidade Local de Saúde do Médio Tejo (ULSMT), de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press.
Segundo o documento aprovado, qualquer processo de reestruturação dos serviços de saúde deveria, obrigatoriamente, cumprir um conjunto de princípios fundamentais que não foram assegurados na proposta apresentada. Entre esses princípios, o município destaca a necessidade de:
1. Ouvir as diferentes realidades regionais envolvidas e definir claramente os objetivos da reestruturação;
2. Garantir o acesso equitativo, acessível e de qualidade aos cuidados de saúde, atendendo às especificidades demográficas, geográficas e aos recursos disponíveis;
3. Assegurar a continuidade dos resultados de excelência alcançados em Portugal nas últimas décadas na saúde materna e infantil, baseados na promoção da saúde, prevenção da doença e na articulação entre prestadores;
4. Garantir a sustentabilidade económica e operacional das estruturas propostas, incluindo recursos humanos, deslocações e acessibilidade dos profissionais.
O município considera que nenhum destes pressupostos foi respeitado no que diz respeito à urgência pediátrica da ULSMT, razão pela qual manifesta total oposição à proposta.
A autarquia sublinha que o Serviço de Pediatria da Unidade Hospitalar de Torres Novas oferece um nível de diferenciação adequado e um ambiente próprio para o atendimento pediátrico em todas as suas valências: urgência, internamento, ambulatório e apoio domiciliário, além de dispor de capacidade para responder a um eventual aumento da procura.
A localização da unidade é apontada como uma mais-valia, uma vez que serve uma população pediátrica de 38.604 crianças e adolescentes e assegura proximidade às famílias da região. A posição geográfica estratégica facilita ainda a ligação aos hospitais centrais, permitindo uma articulação eficaz e uma dinâmica formativa que contribui para a fixação de profissionais no Médio Tejo.
A Câmara Municipal de Alcanena afirma não compreender a intenção de encerrar a urgência pediátrica, sobretudo quando “os números evidenciam” que o serviço garante uma resposta eficaz e de elevada relevância para a população do Médio Tejo.
Com a aprovação desta moção, o município junta-se às várias vozes da região que têm expressado preocupação com as implicações da proposta, alertando para o impacto que a eventual desativação da urgência pediátrica poderá ter no acesso aos cuidados de saúde das crianças e jovens do território.