"Amor e Informação", a peça da dramaturga britânica Caryl Churchill que já viajou dos Estados Unidos da América até Singapura, e teve temporadas em salas londrinas como o Royal Court Theatre e o Barbican Centre, chega ao Teatro Académico de Gil Vicente, numa coprodução da Marionet e do TAGV, de acordo com o comunicado enviado à Central Press.
Em 2021, ainda em período pandémico, a companhia Marionet, especializada no cruzamento disciplinar entre teatro e ciência, levou a obra até uma das suas habituais sessões públicas de leitura e, desde logo, decidiu encená-la. Assim, nos dias 18, 19 e 20 de dezembro, estará em palco esta peça que estabelece relações encarnadas em cerca de 100 personagens.
O espetáculo destina-se a maiores de 14 anos de idade e o dia 19 (sexta-feira) contará com interpretação em Língua Gestual Portuguesa.
Os bilhetes têm o custo de 8 e 10 euros estão disponíveis no TAGV e na BOL.
Alguém espirra. Alguém não apanha rede. Alguém conta um segredo. Alguém não vai à porta. Alguém deixou um elefante nas escadas. Alguém não está pronto para falar. Alguém é mãe do próprio irmão. Alguém odeia números irracionais. Alguém contou à polícia. Alguém recebeu uma mensagem dos semáforos. Alguém nunca se sentiu assim antes. Nesta vertigem de movimentos rápidos, mais de cem personagens tentam fazer sentido do que vivem.“Amor e Informação”, da dramaturga inglesa Caryl Churchill, é um texto dramático invulgar, mas profundamente familiar, sem um enredo claro e que recusa qualquer tipo de interpretação linear. Entre o zapping e o Instagram, a rápida sucessão de cenas fragmentárias encontra coesão precisamente – e como o título indica – no “amor” e na “informação”, temas em torno dos quais gravitam as cenas. É uma peça escrita na e para a era da informação (e desinformação).
Através da (des)estrutura da obra, a ideia fundamental que se procura representar é a instabilidade e impermanência vertiginosas do presente, nas quais apoiamos as nossas existências. O acelerado desenvolvimento tecnológico das últimas décadas criou novas formas de relação com a realidade em que respiramos, em que esta nos surge mais fragmentada e dispersa. Nas fronteiras entre o real e o virtual, o longe e o perto, a verdade e a falsidade, estes conceitos tornam-se difusos e misturam-se, indistintamente.
