A Greve Geral de hoje, 11 de dezembro, está a ser marcada por uma forte adesão. O secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, afirma serem cerca de três milhões de trabalhadores que hoje se associaram ao protesto contra a aprovação do chamado Pacote Laboral.
Em Coimbra, os manifestantes concentraram-se na Praça 8 de Maio, em frente à Câmara Municipal.
O Governo reagiu à greve considerando-a "pouco expressiva". A deputada do PSD Helga Correia acusou no Parlamento o PCP de pretender “criar bloqueios” ao país. Intervindo no plenário, a parlamentar social democrata afirmou acreditar que a reforma responde aos “aos desafios do século XXI". A líder do partido Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, considerou tratar-se de uma greve "sobretudo de funcionários públicos", sendo fortemente tanto apoiada como contestada na Assembleia da República, ao proferir estas declarações.
Segundo a FENPROF, a manifestação de hoje "é uma mensagem clara e frontal dos docentes, investigadores e restantes trabalhadores: não aceitaremos um pacote laboral que destrói direitos, promove a exploração e coloca o país ao serviço dos grandes interesses económicos e financeiros, desequilibrando ainda mais as relações laborais a favor dos empregadores públicos e privados". O sindicato considera que a proposta apresentada pelo governo representa, "segundo a esmagadora maioria dos trabalhadores, um retrocesso civilizacional, empurrando Portugal para lógicas laborais próprias do século XIX".
De acordo com dados do SEP - Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, à adesão à greve no turno da noite está também em número elevados. Este cálculo é feito com o levantamento do número de enfermeiros escalados no turno e quantos aderiram à greve.
O STAL - Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins, considera que a adesão dos trabalhadores "demonstra a forte rejeição às alterações à legislação laboral que o governo PSD-CDS quer impor, bem como uma grande mobilização, unidade e determinação dos trabalhadores em prosseguir a luta em defesa dos seus direitos e pela valorização salarial e profissional."
"A política de direita que o Governo pratica – e que conta com o apoio do Chega e da Iniciativa Liberal – agrava o empobrecimento da generalidade dos trabalhadores, e da população em geral, isto num quadro em que o País (segundo o INE) registou um excedente orçamental de 1% do PIB no 1.º semestre do ano", acusa ainda este sindicato.

