"Ousar criticar códigos sociais antiquados, enquanto que se reivindicam formas de nos aproximarmos", é o mote da 14.ª edição da mostra de dança "New Age, New Time" (NANT), promovida pelo Teatro Viriato de 13 a 31 de janeiro de 2026, em Viseu, de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press.
De 13 a 31 de janeiro, o palco do Teatro Viriato acolhe uma programação que "ousa enfrentar injustiças sociais, questionar convenções desajustadas e profundamente enraizadas, interpelando os modelos económicos e sociais vigentes".
“Esta é uma edição bastante pertinente e atual, uma vez que aborda temáticas contemporâneas como a masculinidade tóxica, o capitalismo e as suas consequências negativas, a competição, a violência, a dificuldade de comunicação e a luta pelos direitos das mulheres”, explica o diretor de programação do Teatro Viriato, António M Cabrita.
Simultaneamente, a nova edição da NANT afirma a importância de procurarmos novas formas de proximidade, de criarmos espaços de diálogo e de reencontrarmos a nossa humanidade, essa capacidade vital de reconhecer e acompanhar o pulsar de cada coração.
“A programação da NANT procura aproximar-nos, pois abre espaço para que o público possa pensar, refletir, mas também debater nas conversas pós-espetáculo. As temáticas desta edição são tão fortes que queremos também dar a palavra ao público”, refere o diretor.
A edição arranca no dia 13 de janeiro, às 21h00, com “WARM-UP – Noite de peças curtas”. Uma iniciativa inédita do Teatro Viriato, que surgiu no Dia Mundial da Dança, em 2025, com o lançamento de uma open call, na qual podiam participar coreógrafos e companhias emergentes que quisessem apresentar peças curtas ou excertos de criações, até 20 minutos, com recursos técnicos simples, e cujo objeto artístico promovesse uma relação direta entre o corpo, o espaço cénico e o público. No total, foram enviadas mais de 20 propostas nesta convocatória, de entre as quais foram selecionadas duas peças : “O Quê?”, de Mariana Silva, uma jovem coreógrafa de Viseu que, com este trabalho, reinterpreta a comunicação entre artista e público; e “Isto não é para Gente, é para Besta!”, peça criada e interpretada por Magda, na qual a artista expõe, a partir de uma história verídica, as lutas e anseios das mulheres.
Com esta iniciativa na programação da NANT, o Teatro Viriato procura dar espaço a novas linguagens, ao corpo que experimenta, arrisca e se apresenta num tempo breve, mas com foco e intenção. Este novo arranque da NANT terá uma extensão na próxima edição do festival Abril Dança, promovido pelo Teatro Académico Gil Vicente (TAGV), em Coimbra, no qual estes dois espetáculos serão apresentados. O TAGV torna-se assim parceiro da iniciativa “WARM-UP” e fará parte do júri de seleção na segunda edição da mesma.
O teatro destaca a exposição “Regenerar”, da artista visual Liliana Velho, que irá ocupar o Foyer do Teatro Viriato com corações de cerâmica remendados, fragmentados e entrelaçados com elementos naturais. A instalação convoca uma reflexão sobre o corpo como território de transformação, mas também de regeneração, aproximação e humanismo. Uma produção do Teatro Viriato com apoio da empresa mecenas Movecho.
Tânia Carvalho também estará em evidência nesta edição com a estreia de “Sibela e Digoo”. Uma criação da coreógrafa para a Dançando com a Diferença, que conta com a interpretação de Isabel Teixeira e Diogo Freitas. Para além de acolher a estreia, o Teatro Viriato é também coprodutor deste espetáculo.
A programação conta ainda com oficinas, programação para a infância, uma parceria com o Cine Clube de Viseu, e termina com uma after-party protagonizada pelo coreógrafo Lander Patrick, no seguimento da apresentação da sua última criação "Wonderlandi".
“Num tempo marcado por tensões, visíveis e invisíveis, a 14.ª edição da NANT convida o público a procurar o movimento equilibrado entre o que nos separa e nos aproxima”, afirma António M Cabrita.
A aproximar-se dos seus quinze anos de vida, a NANT permanece como um dos símbolos distintivos da programação do Teatro Viriato. Ao longo do tempo, o Teatro tem acompanhado e impulsionado o trabalho de coreógrafos reconhecidos e de criadores emergentes, consolidando-se como uma plataforma de encontro e partilha entre artistas e público.
