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FENPROF alerta para agravamento e alastramento da falta de professores

Redação Central Press/
17/12/2025, 10h30
/
3 min
Manifestação FENPROF @FENPROF
Manifestação FENPROF @FENPROF

A falta de professores nas escolas públicas agravou-se de forma significativa ao longo do primeiro período letivo, agora concluído, assumindo uma dimensão claramente nacional. Os dados são da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), que alerta para o carácter estrutural do problema e para o seu impacto direto em milhares de alunos sem aulas, de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press.

De acordo com a FENPROF, estiveram em contratação de escola 13 446 horários durante o primeiro período, correspondendo a mais de 174 mil horas letivas por lecionar. No mesmo período do ano letivo anterior tinham sido registados 9 696 horários, o que representa um aumento de 38,7%. Para a federação sindical, este crescimento confirma uma falta crónica de docentes que se agrava de semana para semana.

Em vários agrupamentos de escolas, o número de horários em falta ultrapassa já a centena, enquanto a nível regional se contabilizam milhares de vagas por preencher. Lisboa apresenta a situação mais grave, com 5 285 horários em falta, seguindo-se Setúbal, com 1 975, Faro, com 1 444, e Porto, com 689. Estes números, segundo a FENPROF, demonstram que o problema deixou de ser localizado e passou a afetar todo o país.

A federação critica ainda a posição pública do ministro da Educação sobre a situação nas escolas. Recorda que, numa primeira reação à recente greve, o governante afirmou que esta não teria tido impacto relevante, referindo que apenas metade das escolas teriam encerrado. Mais tarde, reconheceu maior impacto, mas atribuiu-o sobretudo à adesão dos trabalhadores não docentes, desvalorizando a participação dos professores.

Para a FENPROF, esta leitura surge num momento politicamente sensível, em vésperas da reunião marcada para 18 de dezembro que dará início ao processo de revisão do Estatuto da Carreira Docente. A federação considera que esta narrativa tende a minimizar os problemas da profissão docente e a afastar do debate questões como a valorização salarial, a progressão na carreira, os horários de trabalho e a avaliação de desempenho.

A FENPROF sustenta que a persistência da falta de professores resulta de uma desvalorização prolongada da carreira docente e de um subfinanciamento crónico da educação, com consequências crescentes para os alunos, para os profissionais do setor e para o futuro da escola pública.

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