A Polícia Judiciária (PJ), através da Diretoria do Norte, levou a cabo uma operação na qual foram efetuadas 15 buscas domiciliárias e não domiciliárias, constituídos quatro arguidos singulares e uma pessoa coletiva, por atividades ilícitas que configuram a prática dos crimes de falsificação de documento, aproveitamento de obra contrafeita, burla qualificada e eventualmente de associação criminosa, de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press. 

No âmbito desta investigação, iniciada há vários meses, foram apreendidas 45 obras pictóricas, na sua quase totalidade falsamente atribuídas ao pintor portuense Dominguez Alvarez, encontrando-se estas inseridas no mercado de arte, comercializadas através de leiloeiras e galerias.

Uma vez identificadas e localizadas, as peças foram apreendidas pela PJ, constatando-se que se encontravam, na sua grande maioria, desprovidas de assinatura do autor e que se faziam acompanhar, também na sua grande maioria, de certificações emitidas por académicos, peritos de arte.

Estas obras encontravam-se maioritariamente na posse de terceiros, adquirentes de boa fé, que ao adquiri-las em estabelecimentos da especialidade e acompanhadas de certificações pensavam tratarem-se de obras originais daquele autor, ocasionando avultados prejuízos, superiores a setecentos mil euros, caso se tratassem de originais.

A existência de falsificações contribui para a desvalorização dos autores, da credibilidade do mercado e da pintura como arte, o que no âmbito das suas atribuições a PJ, procura sempre impedir.

A investigação prosseguirá com a realização dos necessários exames e perícias ao apreendido, sendo expectável que no decorrer da investigação possam vir a ser identificados outros autores.