No passado dia 15 de dezembro, o Núcleo Museológico do Mar acolheu a atividade “Nem tudo o que vem à rede é peixe”, realizada no âmbito da exposição “Dia de Faina: Olhares sobre a Pesca do Cerco”, patente naquele espaço e que reúne um conjunto de registos fotográficos resultantes da colaboração entre a equipa da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e os pescadores locais, no âmbito do projeto LIFE PanPuffinus, que tem como objetivo a conservação da pardela-balear, a ave marinha mais ameaçada da Europa, de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press.
O projeto decorre na Zona de Proteção Especial Aveiro–Nazaré, a área mais importante do país para esta espécie, e aposta na cooperação com o setor da pesca para encontrar soluções que reduzam as capturas acidentais de aves marinhas.
“Dia de Faina: Olhares sobre a Pesca do Cerco”, presta também homenagem à comunidade piscatória e à tripulação da embarcação Virgem Dolorosa, na qual a equipa da SPEA esteve em trabalho até à véspera do seu trágico naufrágio em 2024.
Realizada com turmas da Escola Básica de Castelo (Buarcos) e dinamizada por Ana Esteves e Inês Casinhas da SPEA, a atividade teve como objetivo reforçar a importância da educação ambiental e da sensibilização para a conservação das aves marinhas e dos ecossistemas oceânicos.
De acordo com o comunicado, "o oceano é o habitat de muitos animais diferentes, desde peixes e aves marinhas até baleias e organismos impossíveis de ver a olho nu". "Há uma grande biodiversidade e, desde há muito tempo, os pescadores exploram este meio para obter o seu alimento e sustento. Desta atividade podem, por vezes, surgir interações menos desejáveis: ao largar redes para a água, para além do peixe destinado ao consumo, são apanhadas acidentalmente aves marinhas e outros animais".
A partir desta realidade, “nem tudo o que vem à rede é peixe” abordou algumas espécies de aves marinhas, as suas características e as principais ameaças que enfrentam. Através do diálogo e da partilha de conhecimento, procurou-se compreender porque acontecem estas situações, o que leva aves e outros animais a ficarem presos nas redes e que aprendizagens podem resultar da colaboração entre cientistas e pescadores.
