O presidente do Conselho Intermunicipal da CIM Região de Coimbra, Emílio Torrão, o presidente da Câmara Municipal da Mealhada, António José Franco e o presidente do Conselho Intermunicipal da CIM Região de Leiria, Gonçalo Lopes organizaram uma conferência de imprensa ontem, dia 5 de dezembro às 11h30, no Espaço Inovação da Mealhada. A conferência marcou a confirmação da decisão de apresentar um pedido formal ao Tribunal de Contas para a fiscalização do contrato de concessão da empresa que gere e trata dos resíduos das duas Regiões, a ERSUC. As Autarquias envolvidas detêm 49% do capital da ERSUC. A Central Press esteve presente e falou com os Autarcas.
Este “contrato do tempo da troika”, como apelidou o presidente da CIM da Região de Coimbra iniciou-se em 1996, e vai prolongar-se até 2036, e de acordo com Emílio Torrão até agora apenas se verificou “a degradação dos serviços, mas nunca o preço da taxa”, referindo-se à taxa de gestão de resíduos (TGR).
As duas comunidades demonstraram a sua preocupação com "o aumento brutal dos custos de gestão de resíduos que se tem verificado nos últimos anos", que afirmam serem, "superiores a 160%" e, "que não têm tido qualquer reflexo na qualidade do serviço prestado pela entidade gestora em alta, que continua a apresentar indicadores de desempenho insuficientes e a não conseguir dar resposta a muitos dos desafios do setor".
Acerca disto, o presidente da CIM da Região de Coimbra explicou os números que confirmam este aumento. Emílio Torrão realçou que em 2020, os Municípios pagavam 11 euros de TGR, e em 2025, esta taxa vai custar 35 euros, o que representa um aumento de 218%. Esta taxa em conjunto com a taxa de tratamento dos resíduos custava, em 2020 28,96 euros por tonelada de resíduos, e em 2025 vai custar 75,30 euros por tonelada, não só às Autarquias como aos munícipes, sem, de acordo com os responsáveis das CIM, "existir qualquer investimento nos serviços fornecidos pela empresa".
Em declarações à Central Press, Emílio Torrão realçou que não estão "satisfeitos com esta gestão dos resíduos", e que "não há uma justificação para este aumento nas tarifas". Perante este alerta, o Autarca de Montemor-o-Velho, espera que o Governo "faça aquilo que lhe compete, que é fiscalizar, verificar se há incumprimentos e sancionar".