O presidente do Conselho Intermunicipal da CIM Região de Leiria, Gonçalo Lopes, o presidente do Conselho Intermunicipal da CIM Região de Coimbra, Emílio Torrão, e o presidente da Câmara Municipal da Mealhada, António José Franco organizaram uma conferência de imprensa ontem, dia 5 de dezembro às 11h30, no Espaço Inovação da Mealhada. A conferência marcou a confirmação da decisão de apresentar um pedido formal ao Tribunal de Contas para a fiscalização do contrato de concessão da empresa que gere e trata dos resíduos das duas Regiões, a ERSUC. As Autarquias envolvidas detêm 49% do capital da ERSUC. A Central Press esteve presente e falou com os Autarcas.
Durante a conferência foram apresentados os desafios do setor dos resíduos que, de acordo com os dois representantes das comunidades intermunicipais "estão a ter um elevado impacto negativo para os municípios e cidadãos". De acordo com as duas CIM, "a ERSUC continua a enviar mais de 76% dos resíduos para aterro, perdendo-se anualmente milhares de toneladas de recursos que poderiam ser reintroduzidos na economia, sendo que os aterros estão em vias de atingir a sua capacidade máxima".
As duas comunidades demonstram a sua preocupação com "o aumento brutal dos custos de gestão de resíduos que se tem verificado nos últimos anos", que afirmam serem, "superiores a 160%" e, "que não têm tido qualquer reflexo na qualidade do serviço prestado pela entidade gestora em alta, que continua a apresentar indicadores de desempenho insuficientes e a não conseguir dar resposta a muitos dos desafios do setor".
Gonçalo Lopes realçou que a decisão do pedido de auditoria ao Tribunal de Contas “pode não ser suficiente”, mas apelou ao Governo para que "não desvalorizasse esta situação", uma vez que considera o tratamento de resíduos “um serviço que é tão importante como entregar água às torneiras das pessoas”.
Em declarações à Central Press, o presidente da CIM da Região de Leiria, e autarca da Câmara Municipal, espera que o "Governo esteja atento à degradação do serviço prestado, mas também aos preços que nos estão a impor cobrar", e que o mesmo "tenha uma intervenção mais profunda e intensa, de modo a que se possa endireitar aquilo que atualmente está a caminhar para uma área muito difícil de explicar junto das populações".