A Seapower – Associação para o Desenvolvimento da Economia do Mar, promoveu ao final da manhã de ontem, na Zona Portuária do Cabedelo, a cerimónia de lançamento da primeira pedra do seu futuro Centro de Tecnologia e Inovação – Edifício Laboratorial, na qual o presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, e os vereadores Manuel Domingues e Ricardo Silva, marcaram presença.
Esta obra, cujo projeto foi apresentado pelo presidente da direção da associação, Luís Simões da Silva, visa a alteração e ampliação de um edifício industrial, com 1080 metros quadrados, financiado pela Missão Interface, com um prazo previsto para realização de 180 dias.
Simões da Silva considerou que a infraestrutura irá ajudar a concretizar a missão da Seapower, que é “desenvolver e transferir conhecimento, competências e tecnologia no âmbito do mar e da Economia Azul.”
A Associação, que se encontra localizada no eixo Coimbra - Figueira da Foz, prevê “com este edifício estruturar um Centro de Tecnologia e Inovação (CTI) focado na Economia do Mar, com capacidade para responder aos desafios tecnológicos do setor e assumindo um papel dinamizador e estruturante para a região.”
Este projeto representa, na perspetiva da Seapower “um marco significativo para a nossa comunidade e reflete o compromisso da Seapower com o desenvolvimento sustentável e a inovação na Economia Azul.”.
Luís Simões da Silva adiantou que, para além do edifício cuja primeira pedra ontem se lançou, serão construídos, até final de 2025, junto ao mesmo, mais dois edifícios – um Centro de Produção Digital e um pavilhão modular com escritórios e laboratórios- e que, atualmente, os quadros da associação contam com 20 pessoas com formação superior, todas com “mestrado ou grau académico maior“.
O presidente do Conselho de Administração dos Portos de Aveiro e da Figueira da Foz, Eduardo Feio, frisou que “esta iniciativa é um catalisador muito importante”, para que se olhe para “este lado do porto” de outra forma.
Já Amílcar Falcão, reitor da Universidade de Coimbra (UC) sublinhou que a Seapower faz a “ponte da estratégia integrada da descentralização da UC, no Campus da Figueira da Foz”. O mesmo anunciou que para o próximo ano letivo já se encontra aprovada pelo competente ministério uma nova licenciatura para a Figueira da Foz, em Engenharia Oceânica, que representa “um reforço da oferta formativa”, que é “fundamental” para que o Campus “cresça e cumpra o seu papel”.
Amílcar Falcão salientou a relação que a Academia tem com o Município e o bom acolhimento por parte do mesmo às propostas que têm sido feitas para o Campus.
Pedro Santana Lopes exprimiu a sua satisfação pelo investimento que a Seapower irá efetuar no Cabedelo, local que apelidou de “vale da inovação, da investigação, uma cidade de investigação e inovação, um sítio extraordinário” e manifestou a sua crença em que a “margem sul vai ser algo muito pujante no concelho”.
Para o autarca foi “um motivo de grande alegria estar a assistir a isto”, pois “O que aqui está a nascer é obviamente o presente e o futuro”, contudo, é preciso que “todos se consciencializem disso em todas as áreas de atividade, aqui nesta cidade, neste concelho, nesta região, mesmo aqueles que, por vezes, pelas suas palavras, atos, omissões, ou até pensamentos, parece que fazem finca-pé em querer ficar agarrados a tempos que já não são os de hoje, mas que têm cabimento naquela que é realidade do desenvolvimento do mundo”.
O autarca destacou como é “raro o modo”, a forma como a reitoria da UC, a administração do porto, a Câmara Municipal se irmanaram no trabalho que tem de ser desenvolvido no que respeita ao mar, que “tem e vai ter um papel importante na civilização do futuro próximo”.
“A capacidade de imaginar o que aí vem é o que mais distingue os construtores de tempos novos, e os que não conseguem imaginar ficam a olhar para o que está”, sublinhou Pedro Santana Lopes.
