Os professores da Escola Portuguesa de Luanda - Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPL-CELP), em Angola, continuam em greve. A paralisação surge em defesa da equidade de condições laborais entre todos os professores da instituição. A Central Press está a acompanhar o movimento grevista destes docentes.
Os professores do quadro de escola da Escola Portuguesa de Luanda – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPL-CELP), e de acordo com o Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.T.O.P) , "apesar de terem finalmente obtido o estatuto de efetividade, enfrentam condições laborais significativamente inferiores às dos colegas em Portugal e dos seus colegas de escola que se encontram tanto em mobilidade estatutária como no quadro residual".
A diferença salarial, a falta de um subsídio de auxílio de suporte ao custo de vida e os encargos com a educação dos filhos em relação a colegas da mesma escola são os fatores apontados que "não promovem a equidade entre docentes da EPL-CELP criando uma situação de desigualdade".
Aquando de uma visita, ano passado, do ministro da Educação, Ciência e Inovação (MECI) à EPL, o S.T.O.P. afirma ter sido informado de que estava a ser estudado um subsídio para os docentes das Escolas Portuguesas no Estrangeiro e que, para haver boas condições de trabalho, deveria haver equidade entre docentes. "Até hoje tudo se mantém igual", realçou o sindicato, aquando da apresentação dos pré-avisos de greve a estes docentes.
Carla Plácido, professora na Escola Portuguesa de Luanda, em declarações à Central Press, revelou que estes profissionais "recebem através do índice 167 e em moeda local, descontam do salário o seguro de saúde e a tributação fiscal mensal de Angola". De acordo com a Direção Geral da Administração Escolar, "os docentes que ingressam na carreira são integrados no 1.º escalão, índice 167 e, após dispensa ou realização do Período Probatório, são reposicionados na carreira, nos termos da Portaria n.º 119/2018, de 4 de maio". Carla Plácido acrescenta que querem "igualdade de condições aos dos colegas de mobilidade estatutária, pois somos todos funcionários do Ministério da Educação de Portugal".
A professora da Escola Portuguesa de Luanda realçou que "até agora, ainda não houve resposta do Ministério da Educação". Os docentes continuam sem dar aulas, intensificando o protesto durante os intervalos escolares, e irão manter-se nesta luta até sexta-feira, dia 28 de fevereiro. Carla Plácido acrescenta que querem "igualdade de condições aos dos colegas de mobilidade estatutária, pois são todos funcionários do Ministério da Educação de Portugal".
A Escola Portuguesa de São Tomé e Príncipe, e a Escola Portuguesa de Moçambique demonstraram hoje, dia 26 de fevereiro, o apoio pela luta destes docentes.
A paralisação continua a decorrer, e a Central Press acompanhará de perto a situação dos professores que estão em missão na escola de Luanda, Angola, atualizando os desenvolvimentos sobre o movimento grevista e eventuais respostas do Ministério da Educação.