A deputada do PSD Carolina Marques acusou esta tarde, no Parlamento, o Bloco de Esquerda de “interesse partidário” ao avocar o projeto de lei que cria o regime de compensação aos docentes deslocados. Intervindo no plenário, a parlamentar social democrata lamentou que as “coligações negativas” prejudiquem causas tão nobres como a da educação.
“O governo e a AD [Aliança Democrática] não andam à boleia eleitoral de ninguém. O governo e a AD souberam identificar o flagelo que a escola pública vem a assistir há anos na governação do Partido Socialista e, por isso, agiu” – vincou Carolina Marques na discussão da iniciativa bloquista, enfatizando que surge “a olhos vistos o que as coligações negativas podem fazer a uma profissão que é a base de todos nesta casa, a educação”.
Para a deputada aveirense, a avocação do projeto de lei pelo BE “não é mais do que um ato de campanha e desrespeito por todos os docentes deslocados”, atendendo a que, como referiu, o governo está em negociações com os sindicatos, de forma a aprovar o novo estatuto da carreira docente para todos os professores deslocados, nomeadamente o regime de mobilidade.
“Bem sabem que há um reconhecimento por parte dos sindicatos pela forma de estar do governo e pela preocupação que este tem em tornar, realmente, este estatuto em mais do que uma medida avulsa perdida nos corredores” – atirou Carolina Marques, notando que a medida tem grande impacto orçamental e “pode trazer injustiça a todas as carreiras públicas se não for bem feita”.
A deputada aveirense deu exemplos da ação do governo na área da educação, como através do plano “Mais aulas, mais sucesso” – através do qual já se registram mais de cinco mil novos docentes na escola pública –, no número de docentes que abandonaram a carreira e que agora foram recuperados, no registo de mais de 44 mil docentes que conseguiram recuperar integralmente o tempo de serviço, ou no pagamento de apoio à deslocação a mais de dois mil docentes.
“Não conseguimos mais porque [os deputados do BE] preferiram entrar nesta instabilidade política a escolher a favor dos portugueses” – concluiu Carolina Marques.