No manhã de 2 de maio, sexta-feira, o Anozero — Bienal de Coimbra, leva a arte contemporânea à Escola Secundária José Falcão, numa ação especial do seu programa educativo, conforme o comunicado enviado à Central Press.
Desde a sua fundação em 2015, o Anozero — Bienal de Coimbra tem afirmado um modelo único de colaboração entre o Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, a Câmara Municipal e a Universidade de Coimbra, trazendo à cidade exposições e artistas que desafiam as formas tradicionais de pensar, fazer e experienciar arte.
Programa educativo
A residência surge no âmbito da exposição A Fábrica das Sombras, de Janet Cardiff & George Bures Miller, patente até 5 de julho no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova. A partir da obra dos artistas, foi concebido um programa que valoriza o trabalho coletivo, a participação ativa do público e a aproximação entre arte e comunidade.
A Residência e os participantes
Inserida no programa educativo do Anozero’25, esta residência aposta no desenvolvimento dos territórios através da arte e da educação, com especial atenção ao papel das escolas como agentes multiplicadores. Durante a residência, espaços escolares transformar-se-ão em ateliês e laboratórios de experimentação artística.
Este encontro pretende estimular novas formas de criação e reflexão artística no ambiente escolar, desafiando estudantes e professores a experimentar diferentes modos de fazer e viver a arte.
Participam na residência quatro turmas do 10.º ano, com estudantes de várias nacionalidades: russa, ucraniana, síria, francesa, sul-africana, brasileira e portuguesa. Três turmas são da área de ciências (biologia, física, química e matemática) e uma da área de artes. A maioria está a iniciar o contacto com a arte, com exceção da turma de artes, que já teve outras experiências fora da escola. No geral, são jovens provenientes de contextos familiares com pouco envolvimento artístico. Estarão presentes docentes de matemática, biologia, física, química e filosofia. A participação é voluntária.
Continuidade e reconhecimento
A Residência Artística dá continuidade ao Fórum de Arte e Educação realizado durante o Anozero’24, onde aproximadamente 40 professores partilharam expectativas sobre o potencial transformador da arte contemporânea nas escolas e da necessidade de aprender de forma criativa, conteúdos de outras matérias. Para Jorge Cabrera, coordenador do programa educativo, «ações como esta residência potenciam o que o Fórum revelou: a escola como espaço de experimentação e criação de comunidade, a arte como estratégia de transformação, incentivadora do pensamento inovador e de cruzamento de saberes, que permite um diálogo criativo com outros conteúdos escolares, para além do aprendizado de técnicas de execução de objetos artísticos».
O trabalho educativo do Anozero tem vindo a ser reconhecido nacionalmente: o Plano Nacional das Artes atribuiu ao programa do Anozero’24 o Prémio de Reconhecimento na categoria «Fruição e Mediação», destacando o seu impacto na promoção da democracia cultural.
A residência culmina numa apresentação pública no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, no dia 31 de maio (sábado), das 16h00 às 17h30. Participam na sessão Cristina Janicas (Escola Secundária José Falcão), Jorge Cabrera, Maria Jorge Ferro e António Cerdeira (Plano Nacional das Artes).
Aberta à comunidade educativa e ao público em geral, esta apresentação dará a conhecer os processos e resultados desta experiência de criação coletiva.