A Praia Fluvial da Louçainha, situada no concelho de Penela, oferece todas as condições para um usufruto seguro e de qualidade por parte dos seus frequentadores.
Após contacto realizado pela Central Press, tanto o Município de Penela como a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Associação Bandeira Azul da Europa (ABAAE) esclareceram os motivos desta decisão, reforçando, no entanto, a fiabilidade da classificação da água como “boa”.
O histórico da Louçainha é sólido: ano após ano, a qualidade da água tem sido classificada como “excelente”, tendo mesmo sido consistentemente galardoada com a Bandeira Azul, símbolo reconhecido internacionalmente da qualidade ambiental de praias, marinas e embarcações. Em 2024, uma situação pontual e natural, associada a fenómenos meteorológicos extremos — como precipitação intensa e trovoadas entre 28 e 30 de julho — levou ao arrastamento de resíduos biológicos e florestais, o que influenciou temporariamente a qualidade da água, com uma descida da classificação de “excelente” para “boa”. O resultado da análise nesse período foi de 213 NMP/100ml (unidade de medida), ultrapassando ligeiramente o limite de 200 NMP/100ml que garante a classificação máxima.
Importa destacar que, mesmo com esta ligeira descida, a água da Louçainha continua a ser considerada de boa qualidade, cumprindo os requisitos legais para uso balnear. Segundo a Câmara Municipal de Penela, esta foi a única razão pela qual a praia não foi contemplada com o galardão em 2025, tal como aconteceu em 2017, em condições semelhantes.
Além disso, de acordo com o município, um problema técnico entre a APA e o Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) atrasou a comunicação oficial dos resultados, inviabilizando a adoção de medidas de mitigação em tempo útil por parte do Município. Em resposta, a autarquia anunciou o reforço da monitorização da qualidade da água através de um laboratório acreditado, assumindo a iniciativa de garantir maior controlo e confiança para todos os utentes da praia.
A ABAAE, entidade responsável pela gestão nacional do Programa Bandeira Azul, confirmou que a não atribuição da distinção resultou exclusivamente do incumprimento do critério imperativo nº 8 — classificação de qualidade da água como “excelente”. A agência sublinha ainda que, por se tratar de um galardão internacional, os critérios e prazos de candidatura são rigorosos e previamente definidos, com a avaliação das candidaturas a encerrar em fevereiro.
No esclarecimento enviado à Central Press, a ABAAE reconheceu ainda que as zonas balneares interiores, como a Louçainha, enfrentam naturalmente maiores dificuldades em manter classificações máximas devido a fatores como menor capacidade de diluição das águas, fenómenos meteorológicos mais impactantes e poluição difusa a montante. Ainda assim, destacou-se a importância de preservar, estudar e monitorizar estes espaços — não só para garantir segurança aos utentes, mas também para proteger os seus ecossistemas.
Apesar da ausência da Bandeira Azul em 2025, a Praia da Louçainha mantém-se como um local de eleição para o lazer, apresentando boas condições de água, infraestruturas de apoio e um forte compromisso com a segurança e qualidade ambiental. A transparência do Município e os reforços nas medidas de controlo permitem assegurar aos visitantes uma experiência balnear positiva, num espaço natural de referência no centro do país.