O município de Castelo Branco concluiu, no dia 28 de maio, mais uma etapa na valorização do seu património cultural com a entrega de certificados a oito alunos da ação de formação profissional “Técnico/a de Construção de Instrumentos Musicais”, centrada na construção da Viola Beiroa.
Esta iniciativa, promovida pelo Centro de Emprego e Formação Profissional de Castelo Branco em parceria com a Câmara Municipal, decorreu entre abril de 2024 e maio de 2025, somando um total de 1.572 horas de formação.
A cerimónia de encerramento e entrega de certificados teve lugar no Auditório da Fábrica da Criatividade, assinalando o final de um percurso formativo que incluiu a construção e aperfeiçoamento dos instrumentos com o apoio da Associação de Viola Beiroa, do músico e professor Miguel Carvalhinho, e da própria Fábrica da Criatividade.
O presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, destacou a importância da ação no contexto do reconhecimento internacional da cidade enquanto membro da Rede de Cidades Criativas da UNESCO, na categoria de Artesanato e Artes Populares. “Estas formações são relevantes e fazem todo o sentido. Partilhamos a apetência por produtos artesanais e valorizamos o nosso território com este tipo de iniciativas”, afirmou o autarca, lembrando que esta foi a segunda formação promovida pelo município, após a ação dedicada ao Bordado de Castelo Branco.
Sobre a Viola Beiroa — instrumento tradicional da região, de cordas e com afinação particular — o autarca referiu que esteve “esquecida durante muito tempo”, mas que a sua revitalização é hoje visível através da dedicação de novos construtores e da criação de iniciativas como a Orquestra Viola Beiroa.
Jorge Diogo, diretor do Centro de Emprego e Formação Profissional de Castelo Branco, agradeceu o envolvimento de todas as entidades, considerando a formação uma “preservação da cultura” e uma forma de impulsionar o desenvolvimento local. Já Annabelle Guerra, coordenadora do IEFP, explicou que a formação se insere num conjunto de ações estratégicas que pretendem capacitar pessoas, valorizar o património local e promover o emprego.
António Alberto Costa, delegado regional do IEFP, desafiou ainda os presentes a pensarem em espaços onde a Viola Beiroa possa ter atuação ao vivo, sugerindo, por exemplo, um modelo semelhante às Casas de Fado, como forma de garantir continuidade à tradição e reforçar a identidade cultural da região.