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Monumentos megalíticos de Viseu Dão Lafões mais perto da classificação nacional

Redação Central Press/
07/06/2025, 16h46
/
4 min
Dólmen da Orca ©Central Press
Dólmen da Orca ©Central Press

O processo de valorização e proteção do notável conjunto de monumentos megalíticos de Viseu Dão Lafões deu um passo decisivo com a publicação, em Diário da República, do anúncio de abertura do procedimento de classificação nacional. Através do Anúncio n.º 159/2025, datado de 21 de maio, foi iniciado oficialmente o processo que poderá culminar na classificação de 18 monumentos megalíticos como património de interesse nacional.

Este conjunto, que inclui antas com mais de seis mil anos, localiza-se na região de Viseu Dão Lafões e é considerado por especialistas como uma das mais relevantes manifestações de arte megalítica pintada da Península Ibérica e da Europa Ocidental. As estruturas preservam pinturas e gravuras de grande valor simbólico e artístico, revelando-se fundamentais para o estudo das primeiras expressões artísticas e arquitetónicas da Europa.

A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões tem estado na linha da frente deste processo de valorização patrimonial, articulando esforços com o Património Cultural, IP, e com a Universidade do Algarve, entidade parceira no desenvolvimento técnico-científico do projeto.

Proteção legal garantida

Com a abertura formal do procedimento de classificação, o conjunto de monumentos já beneficia de proteção legal imediata, conforme estipulado pela Lei de Bases do Património Cultural. A decisão abrange 11 monumentos que até agora não tinham qualquer tipo de classificação, bem como sete outros que dispunham de antigas proteções sem delimitação espacial adequada.

A monumentalidade destas antas, o seu estado de conservação e a riqueza das manifestações artísticas que contêm — tanto pictóricas como gravadas — reforçam o seu valor histórico e científico. São testemunhos únicos do Megalitismo, considerado a primeira arquitetura de matriz europeia, e refletem práticas rituais e artísticas que ajudam a compreender a organização das comunidades pré-históricas.

Uma referência internacional

Os monumentos do grupo “Viseu Dão Lafões” — nome que tem raízes em documentação desde o século XII e é reconhecido internacionalmente desde o século XIX — distinguem-se pela elevada concentração de arte megalítica pintada, algo raro a nível europeu.

Para além deste conjunto agora em vias de classificação nacional, o território da CIM Viseu Dão Lafões conserva ainda outras estruturas megalíticas que seguem os mesmos padrões arquitetónicos e artísticos, reforçando o carácter único da região no panorama do património europeu.

Para o presidente da CIM é um momento histórico para garantir uma herança de toda a humanidade.

"Este é um momento histórico para a região, estamos a garantir a memória coletiva da região e, não menos importante, a herança de toda a Humanidade. A partir de agora, garantimos a devida proteção e criamos bases sólidas para que estas memórias milenares sejam preservadas e conhecidas pelas gerações futuras”. - Fernando Ruas, presidente da CIM Viseu Dão Lafões

O secretário executivo da CIM destaca o impacto que esta classificação poderá ter em termos de valorização territorial.

“Este passo no caminho da classificação nacional confere-nos ainda mais responsabilidade para continuar a trabalhar num turismo cultural de excelência, assente na sustentabilidade e na valorização do nosso território”. - Nuno Martinho, secretário executivo da CIM

Valorização do território e do turismo cultural

Com este reconhecimento, a região de Viseu Dão Lafões não só fortalece a sua identidade cultural e histórica, como reforça também o seu posicionamento estratégico enquanto destino de turismo cultural. A classificação nacional poderá vir a ter um impacto significativo na atração de visitantes, investigadores e investimentos na área da cultura, do património e do turismo sustentável.

O processo de classificação agora iniciado constitui, assim, uma conquista coletiva e um compromisso com o futuro — uma salvaguarda do passado que reforça o presente e inspira as gerações vindouras.

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Poderá querer ver o episódio  do Temos Tempus "Orca"  sobre a Orca dos Fiais da Telha, em Carregal do Sal, que é um dos exemplos do património numa zona com grande densidade de artefactos do mesmo tipo. Este exemplo de preservação está integrado num percurso temático de achados megalíticos. - Clique aqui

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