Numa ação militar de alto impacto, os Estados Unidos e Israel realizaram esta madrugada um ataque aéreo coordenado contra três centrais nucleares iranianas – Fordow, Natanz e Isfahan – entrando formalmente na guerra que decorre há mais de uma semana no Médio Oriente. As instalações, que se situam a menos de 100 quilómetros da capital iraniana, Teerão, foram completamente obliteradas segundo fontes militares americanas. As autoridades iranianas garantem, contudo, que não há risco de contaminação radioativa para a população.
Segundo o Presidente norte-americano Donald Trump, o objetivo foi "aniquilar completamente o programa nuclear do Irão" e impedir o país de desenvolver capacidades de enriquecimento de urânio. Trump classificou o ataque como “um sucesso espetacular” e advertiu que “ou haverá paz, ou uma tragédia muito superior ao que se viu nos últimos oito dias”. Em declarações esta manhã, agradeceu aos militares israelitas pelo “maravilhoso trabalho desenvolvido” e aos pilotos norte-americanos, elogiando também o General Dan Raisenkane, chefe do Estado-Maior Conjunto, que considerou “espetacular”.
“Durante 40 anos, o Irão gritou ‘morte à América e a Israel’, espalhando violência pelo mundo em nome do seu líder. Não podemos permitir mais mortes”, afirmou Trump. O presidente norte-americano advertiu ainda que poderão ocorrer novas ofensivas “de forma mais rápida e precisa” caso o Irão não se comprometa com a paz.
Do lado iraniano, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi, reagiu com veemência: “Atacar instalações nucleares é uma violação imperdoável do direito internacional. O Irão está sob agressão e agirá em legítima defesa durante o tempo que for necessário.” Araghchi afirmou já ter mantido contactos com vários ministros da região, que se mostram preocupados com a escalada e apelam à manutenção da via diplomática.
O líder da oposição iraniana, em exílio - Reza Pahlavi, filho do último Xá do Irã, Mohammad Reza Pahlavi - considerou que o ataque representa “o fracasso total do regime” e exigiu a demissão imediata do governo. “O povo anseia por paz e liberdade”, declarou.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, saudou Trump pela ação, agradecendo-lhe por aquilo que classificou como “um ponto de viragem histórico”. “Trump é um verdadeiro amigo de Israel e agiu com coragem”, declarou.
Na Europa, as reações foram cautelosas. O primeiro-ministro português afirmou que “o programa nuclear do Irão não pode prosseguir”, enquanto a União Europeia anunciou uma reunião de emergência amanhã para avaliar a situação. No plano político nacional, as opiniões divergem.
O partido Livre denunciou a ação como feita “à revelia do direito internacional”, apelando a que Portugal se afirme como uma voz em defesa do diálogo e da legalidade internacional.
Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, considerou o plano de Trump e Netanyahu “ilegal”. Por outro lado, André Ventura, líder do Chega, afirmou que “deveria ser consensual que o Irão jamais deva ter armas nucleares” e que “quem não compreender isso está a brincar com o nosso futuro”.
O Reino Unido apelou ao Irão para retomar as negociações com os EUA, afirmando que a reação americana visa evitar que Teerão obtenha armas nucleares. Para Londres, é imperativo que o Irão renuncie definitivamente a esse objetivo.
Kaja Kallas Chefe da Diplomacia da União Europeia e Vice presidente da Comissão Europeia
António Guterres - Secretário Geral das Nações Unidas